Problemas no trabalho, estresse com as contas, cobranças com o cônjuge. “Para que se esquentar mais com seu filho?”. Não faltam desculpas para que os pais (refiro-me ao pai e à mãe) se tornem omissos na criação de um filho. Faz parte da vida adulta assumir responsabilidades e o filho é uma delas. A maioria dos casais se contentam com “fazer a criança”, mas quem assume a responsabilidade de fazer um filho, precisa assumir a responsabilidade de educá-lo.
A cada geração que passa, parece que os pais se tornam mais irresponsáveis. As crianças crescem como, perdoe-me a forte expressão, animais. Digo isso, porque sem os pais para educar, as crianças agem no instinto, fazendo o que acha correto, aprendendo consigo mesmas o que é melhor para si. Não há orientação, educação, limites. Para quem não sabe educar, é preguiçoso ou ausente na criação dos filhos, é mais fácil dizer que ele é um pai liberal. Mentalizam que o pai tem que ser amigo de seu filho e acreditam nisso, mesmo sem nunca terem, sequer, pesquisado sobre o assunto.
De acordo com a bíblia, castigar e disciplinar é um ato de amor, é dever do pai que ama seu filho castigá-lo, como está em Provérbios 13:24. “Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo”.
Um dos psiquiatras de maior renome no Brasil, atualmente, Içami Tiba declarou, em entrevista concedida ao Portal UOL, que os pais erram ao acreditar que estão ajudando seu filho quando decidem não impor limites e não exigirem disciplina. As maiores vítimas da criança sem limite é o próprio adulto.
Na mesma matéria, uma professora da USP, Audrey Setton Lopes de Souza, comenta que o liberalismo traz graves consequências para seu filho. As regras, inclusive, devem ser ensinadas às crianças desde que ainda são bebês.
Conforme os especialistas, as consequências da falta de disciplina desde a tenra idade, leva o adolescente a dois caminhos, invariavelmente, a delinquência ou a carência emotiva.
Consequências da falta de limites
Outra matéria, no site da revista Veja, traz uma interessante entrevista com a educadora carioca Tania Zagury, que acredita que a falta de limites também contribui para o aumento da violência, seja em famílias de baixa renda, seja em famílias de alta renda. Na sensação de poderem fazer o que querem, os adolescentes cometem barbaridades, como no caso do índio incendiado por jovens que estavam em uma festa “chata” e que procuravam algo para “se divertir”. A prioridade deles era a busca da própria felicidade.
Este é apenas um exemplo clássico de como a falta de disciplina leva seu filho a cometer atos inimagináveis.
Nesta matéria da Veja, a educadora também lembra que os pais de hoje são os jovens rebeldes de 20-30 e até 40 anos atrás, por isso, acham que precisam ser liberais. Não sabem exigir por ficar com medo de serem vistos como “inimigo” de seu filho.
Em uma sociedade repleta de pais que não querem educar seu filho, um livro que causou polêmica foi “Grito de guerra da mãe tigre”, de Amy Chua. Na obra, a autora defende que os pais devam ser rígidos ao educar seu filho. Para ela, por exemplo, se houver uma divergência entre professor e o filho, os pais devem apoiar o professor e não o filho.
Criar seu filho exige responsabilidade
Um outro fator que favorece a proliferação da “praga de pais liberais” é a falta de consciência de responsabilidade sobre seus filhos. Muitos pais ganham filhos sem o devido planejamento e a criança nem sempre nasce no melhor momento para isso. O resultado é que os pais não estão preparados para criar o filho e empurram essa responsabilidade para outros, como creche, sogra e vizinhos. Em alguns casos até mesmo filhos mais velhos assumem a responsabilidade de criar seus irmãos mais novos. Tudo por que não houve preparo, responsabilidade.
Em outras palavras, podemos dizer que criar um filho exige muito mais responsabilidade que fazê-lo. O problema é que muitos filhos acabam nascendo por conta da irresponsabilidade de seus pais, daí, forma-se uma bola de neve de irresponsabilidades.
Independente das circunstâncias e porquês seu filho foi gerado, é sua responsabilidade criá-lo com responsabilidade. O importante na criação dos filhos é a conscientização que o pai precisa ter sobre sua responsabilidade.
Limpar, dar banho, fazer comida, ajudar no dever da escola, cobrar bom desempenho na escola são algumas das novas responsabilidades que os pais ganham.
Também gostaríamos de pincelar que o dever de criar seu filho no cristianismo é dos pais e não da igreja. Não importa o quanto seu filho vá à igreja, o maior exemplo de fé são os pais. Em recente pesquisa com jovens e adolescentes nos Estados Unidos, ficou claro que o maior exemplo de cristão que uma criança tem é a mãe, depois o pai. A pesquisa foi feita pelo Search Institute. Retiramos seus resultados do livro “A fé começa em casa”, de Mark Holmes, publicada pela Universidade da Família no Brasil.
Disciplina é amor
O pai deve sempre ter em mente que disciplinar é uma forma de demonstrar amor ao seu filho. Largar seu filho entregue às suas próprias vontades é um ato preguiçoso de desrespeitoso com seu próprio filho.
Negar-se a corrigir, disciplinar, acompanhar é assumir sua incapacidade de criar e educar uma criança. Por outro lado, o pai deve saber educar com amor, com equilíbrio, sem descontar em seus filhos suas frustrações e impaciência.
No Novo Testamento também podemos ler sobre a importância de disciplinar seu filho com sensatez e equilíbrio – “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. Efésios 6:4.
Um argumento muito utilizado por quem é contra castigar seu filho é que muitos pais não sabem dosar a rigidez da disciplina e acabam transferindo para seus filhos sua irritação. Pais que já tiveram um dia difícil, com problemas no trabalho, no trânsito, acabam agredindo seus filhos por pouca coisa; o que também não é correto.
Se a bíblia nos ensina que Deus nos disciplina, devemos pensar em como somos disciplinados, quais os limites de uma bronca, de um castigo, de um grito. Certamente, não somos espancados a cada pecado, então porque tratar assim o seu filho.
Para concluir, devemos lembrar da parábola do devedor (Mateus 18:23 a 35). Ele teve suas dívidas perdoadas, mas não quis perdoar quem lhe devia. Se desejamos castigar nossos filhos, devemos saber também como gostaríamos de ser disciplinado.
fonte
http://www.materialgospel.com.br/saiba-educar-seu-filho-pais-liberais/
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