Líder muçulmano diz que homem sem religião é “perigoso”
por Leiliane Roberta Lopes
Depois de se encontrar com o Papa Francisco, o imã Ahmed Mohamed el-Tayeb, o maior líder muçulmano, afirmou que pessoas sem religião representam um perigo para a sociedade.
A declaração foi dada durante a resposta a uma pergunta sobre a responsabilidade dos líderes religiosos no mundo atual.
O imã, pontuou sobre a secularização que tem crescido por conta das ideologias sociais e então fez o alerta: “o homem sem religião constitui um perigo para o seu próximo e creio que as pessoas começaram agora, no século XXI, a procurar guias sábios que os conduzam na direção certa”.
O líder muçulmano acredita sim que haja terrorismo no mundo atual, porém não culpa sua religião por esses crimes.
“Sim, o terrorismo existe, mas o islã não tem nada a ver com este terrorismo. Isto aplica-se a ao ulama [corpo de líderes e clérigos muçulmanos reconhecidos] e aos cristãos e muçulmanos do Oriente. Aqueles que matam muçulmanos, e cristãos, compreenderam erradamente os textos do islã, intencionalmente ou por negligência”, afirmou.
Al-Tayeb também afirmou que as principais vítimas dos terroristas sãos os próprios muçulmanos e não os cristãos por questões de números. “Não deve ser apresentada como uma perseguição aos cristãos no Oriente, pois há mais vítimas muçulmanas que cristãs e todos sofremos esta catástrofe juntos”, afirmou.
Mesmo assim, o líder muçulmano prefere não culpar essa ou aquela religião pelo terrorismo. “Não devemos culpar as religiões pelos desvios de alguns dos seus seguidores, porque em todas as religiões existe uma facção dissidente que ergue a bandeira da religião e mata em seu nome”.
Para mostrar que não aprova os terroristas muçulmanos, o imã, através da Universidade de Al-Azhar, está pronto para combater o extremismo religioso.
“Estabelecemos um observatório mundial que monitoriza, em oito línguas diferentes, o material disseminado por estes movimentos extremistas e as ideias distorcidas que deturpam os jovens. Este material é depois corrigido e traduzido para outras línguas”, explica.
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