Seguidores

sexta-feira, 20 de maio de 2016

HISTÓRIA 92 - A PEROLA DE GRANDE VALOR

A pérola de grande valor



Um respingo pesado foi seguido por bastante ondulação, e depois a água debaixo do molhe ficou em repouso. O missionário estrangeiro agachou-se e permaneceu com os olhos fitos no lugar onde uma corrente de bolhas de ar subia até à superfície, vinda de uma grande profundidade debaixo d`água. De repente surgiu uma cabeça preta e um par de olhos brilhantes que olhavam para cima; e logo o velho indiano, pescador de pérolas, subia para o cais sorrindo e sacudindo a água do seu corpo, que brilhava, besuntado com óleo. 

- Nunca vi mergulho mais bonito, Rambhau! - gritou David Morse, o missionário americano. 


- Veja esta, Sahib! - exclamou Rambhau, tirando uma grande ostra de entre os dentes. - Deve ser boa!


Morse pegou a ostra e, enquanto tentava abri-la com um canivete, Rambhau tirava outras ostras menores do pano que lhe cingia os lombos. 


- Rambhau! Olhe! - exclamou Morse, - Que tesouro!

- Sim, é boa. - e o mergulhador encolheu os ombros.

- Boa?! Acaso você já viu pérola melhor? É perfeita, não é? - Morse examinava a pérola virando e tornando a virá-la, entregando-a depois ao indiano.

- Ah, sim, há pérolas melhores, muito melhores. Ora, tenho uma. - e interrompeu de forma brusca. - Veja aqui estas imperfeições, pintas negras aqui, esta pequena cavidade. Até no feitio é quase oblonga; mas em comparação com as outras pérolas até que é boa. É como aquilo que você diz do seu Deus. As pessoas aos seus próprios olhos parecem muito boas, mas Deus as vê como de fato são.


Os dois puseram-se a caminho, pela estrada poeirenta que conduzia à vila. 


Tens razão, Rambhau. E Deus oferece a justiça perfeita a todos quantos tão somente crêem e aceitam a Sua oferta gratuita de salvação por meio do Seu Filho amado.

- Porém, Sahib, já lhe disse muitas vezes que, para mim, isso é fácil demais. Não posso aceitar tal coisa. Talvez eu seja muito orgulhoso, mas quero trabalhar para merecer o meu lugar no Céu.

- Oh, Rambhau! Você não vê que nunca poderá chegar ao Céu por esse caminho ? Existe um só caminho para o Céu. Veja, Rambhau, você já não é jovem. Pode ser esta a última temporada de pesca de pérolas para você. Se quiser ver, algum dia, as portas de pérola do Céu, deve aceitar a vida nova que Deus oferece em Seu Filho.

- Minha última temporada! Você disse bem; hoje foi meu último dia de mergulhar. Este é o último mês do ano, e tenho que fazer preparativos.

- Você deve se preparar para a vida futura. 


É justamente o que pretendo fazer. Você vê aquele homem ali? É um peregrino, indo provavelmente a Bombaim ou Calcutá. Anda descalço e escolhe sempre as pedras mais pontiagudas para pisar e, veja: com freqüência, após dar alguns poucos passos, ele ajoelha-se e beija o chão. Isso é bom. No primeiro dia do ano novo começarei minha pereguinação. Tenho planejado assim durante toda a minha vida. Desta vez quero ter a certeza de conseguir o Céu. Vou até Delhi de joelhos!

- Homem! Você está louco! São uns 1500 quilômetros daqui a Delhi! Você rasgará seus joelhos e morrerá de infecção antes que chegue a Bombaim.

- Não; tenho que chegar a Delhi. Então os imortais me darão a recompensa. O sofrimento será doce pois me comprará o Céu.

- Rambhau! Meu querido amigo! Não é possível! Como poderei deixar que faça tal coisa quando Jesus Cristo morreu para comprar o Céu para você!


Porém o velho Rambhau não se deixava convencer.


- Sahib Morse; você é meu melhor amigo neste mundo. Por todos estes anos esteve sempre ao meu lado. Na doença e na necessidade você foi, muitas vezes, meu único amigo. Mas, mesmo assim, não poderá me fazer desistir de meu grande desejo de comprar a felicidade eterna. Devo ir a Delhi.


Era inútil. O velho pescador de pérolas não poderia compreender - não podia aceitar a salvação gratuita por meio de Cristo. Certa tarde Morse ouviu bater, e foi abrir a porta a Rambhau.


- Meu bom amigo! - exclamou, - Entre, Rambhau.

- Não - respondeu o mergulhador, - Peço que venha comigo à minha casa por alguns momentos, Sahib. Tenho algo que desejo lhe mostrar. Não se recuse a vir.

- É claro que vou! - respondeu o missionário. Seu coração pulava de satisfação. Talvez Deus estivesse agindo em resposta às suas orações.

- Devo partir para Delhi daqui a oito dias - disse Rambhau dez minutos depois, quando já se aproximavam de sua casa. O coração do missionário desfaleceu. Ao chegarem, Morse sentou-se na cadeira que seu amigo mandara fazer especialmente para ele; a mesma cadeira na qual sentara-se muitas vezes para explicar ao mergulhador o Divino Caminho para o Céu. 


Rambhau saiu da sala e voltou logo em seguida trazendo um pequeno, porém pesado, cofre inglês.


- Tenho este cofre há muitos anos, mas há só uma coisa que guardo aqui. Vou contar-lhe tudo. Sahib Morse, já tive um filho.

- Um filho ?! Oh, Rambhau, você nunca me falou dele!

- Não, Sahib; eu não podia - e enquanto falava seus olhos enchiam-se de lágrimas. Mas agora tenho que lhe falar, pois em breve estarei partindo e quem sabe se tornarei a voltar? Meu filho também era mergulhador; o melhor que havia em todas as praias da Índia. Tinha o mergulho mais rápido, a vista mais penetrante, o braço mais forte, o fôlego mais prolongado que qualquer outro pescador de pérolas. Que alegria ele me dava! Meu filho sonhava sempre encontrar uma pérola superior a todas as que já haviam sido pescadas. Um dia ele a encontrou. Porém, quando a encontrou, já tinha ficado demasiado tempo debaixo d`água, e veio a morrer pouco tempo depois.


O velho pescador de pérolas baixou a cabeça e, por um momento, todo o seu corpo estremeceu.


- Todos estes anos guardei a pérola - continuou, - mas agora vou-me embora para não mais voltar. e quero oferecer minha pérola ao meu melhor amigo. 


O velho pescador fez funcionar a combinação do cofre e tirou dele um objeto cuidadosamente embrulhado em algodão. Abrindo com cautela o embrulho, tirou uma pérola gigante e colocou-a na mão do missionário. Era uma das Maiores pérolas já descobertas nos mares da Índia, e resplandecia com um brilho nunca visto em pérolas cultivadas. Poderia ser vendida por uma fortuna fabulosa em qualquer lugar.

Por um momento o missionário ficou mudo, a contemplar, com certa reverência, aquela jóia. Depois disse:


- Rambhau, esta pérola é maravilhosa; é surpreendente. Deixe-me comprá-la; dou a você dez mil rúpias por ela. 


- Sahib - disse Rambhau, endireitando o corpo, - Esta pérola não tem preço. Ninguém, em todo o mundo, tem dinheiro suficiente para pagar o valor que ela representa para mim. Não quero vendê-la. Você só poderá possuí-la na condição de ser uma dádiva.

- Não, Rambhau, não posso aceitar essa condição. Embora eu esteja ansioso por possuir a pérola, não posso aceitá-la desta maneira. Talvez seja orgulho de minha parte, mas isso é fácil demais para mim. Tenho que pagar, ou trabalhar para merecê-la.

O velho pescador estava abismado.

- Sahib, não está compreendendo. Não vê? Meu único filho deu a sua vida para conseguir esta pérola, e não a venderei por dinheiro nenhum. O seu valor está no sangue da vida do meu filho. Não posso vendê-la, mas quero oferecê-la a você como um presente. Aceite-a, pois, como prova do grande amor que tenho por você.


O missionário não podia falar, tal era a emoção que o sufocava. Pegou na mão do velho pescador e depois, com voz baixa, disse: 


Objeivo: Fazer a criança compreender que a salvação não vem pelas obras, mas é um presente dado por Deus.


A PEROLA DE GRANDE VALOR








FIGURA 1

Rajan, era um velho hindu pescador de pérolas, que acabava de submergir bem fundo na água. Na margem do rio, um homem loiro o esperava ansioso. Sabem quem era o homem? Era um missionário que tinha deixado o seu lar e tudo o que tinha para ir à Índia, a fim de falar sobre amor de Jesus pelas pessoas. Ele era o missionário David Morse, e nessa ocasião já era muito amigo do velho Rajan.

Rajan por fim, surgiu, rosto moreno na superfície da água sorrindo.

-Acho que encontrei uma pérola bem jóia senhor David, olha só!

David pegou a ostra com as suas mãos e abrindo-a com a faca gritava com alegria.

-Olha aqui Rajan, você encontrou um verdadeiro tesouro!

O velho Rajan olhou para a pérola e disse: Sim, mas há muitas pérolas melhores do que essa. Eu tenho uma muito grande e valiosa na minha casa.

-Veja, esta pérola tem umas manchas e também algumas imperfeições, como se fossem rugas! –disse David.

Rajan sorriu e disse:

-Viu? Isso se aplica ao seu tipo de pregação. A gente se acha bom aos nossos próprios olhos, mas Deus nos vê do jeito que somos: sujos e pecadores.

-Sim você tem razão Rajan –respondeu o missionário – mas ainda sendo tão maus e pecadores, Deus oferece de graça a sua salvação, oferece Seu perdão, nos limpa pelo Sangue de Seu Filho, e quer nos levar para o céu. Você pode entender isto querido Rajan?

-Não senhor, disse Rajan enquanto caminhavam de volta para cidade. Talvez você pense que eu sou muito orgulhoso, mas não posso aceitar o céu como um presente de Deus. Eu devo trabalhar muito para ganhar um lugar no céu.

- Mas Rajan, disse o missionário com tristeza; dessa maneira você jamais chegará no céu. E veja amigo, você está muito velho, talvez seja a última temporada que você pesca ostras. E se realmente quer ver as portas de perolas dos céus, você tem que aceitar por fé a salvação de Deus, porque ninguém pode comprar a salvação e o céu.

FIGURA 2

-Ah, não senhor David. –exclamou Rajan. Olhe, o senhor tem razão; hoje foi meu último dia como pescador de pérolas. Jamais voltarei a esta profissão, porque quando começar o ano novo sabe o que farei? Olhe, olhe bem para aquele homem!

O missionário olhou e viu um homem que passava pelo caminho descalço e com os pés ensangüentados, dava uns passos e depois de joelhos beijava o chão. Que coisa triste era ver aquele homem!

-Você está vendo? Isso é bom! –disse Rajan. Esse é um peregrino que faz penitência para alcançar o perdão dos pecados. É isso que eu farei. Daqui a poucos dias vou para a cidade de Delhi. Comprarei os céus, senhor David, só que irei de joelhos!

-Mas você ficou louco? Há milhares de kilómetros até Delhi! – disse o missionário. Seus joelhos ficarão despedaçados, ficarão infeccionados e com lepra antes de chegar em Delhi. Oh meu querido amigo! você vai morrer sem encontrar o amor de Deus. Eu não posso deixar que você faca isso, o Senhor Jesus já morreu para comprar o céu para você.

Mas Rajan não entendia nem queria aceitar a graça de Deus.

FIGURA 3

Passaram-se vários dias e o senhor Davi estava muito triste pelo seu amigo Rajan. Numa certa tarde ele ouviu umas batidas na porta. Era Rajan, e estava com o seu rosto muito sério.

-Venha comigo à minha casa, quero mostrar-lhe uma coisa. Por favor, venha. – Em silêncio chegaram na casa de Rajan.

-Amigo David, disse o velho hindu – amanhã começo a procissão de joelhos para Delhi. Sente-se aqui um pouquinho por favor, eu já volto!

Rajan saiu do quarto e pouco depois voltou trazendo uma pequena caixa forte muito segura.

-Eu guardei esta caixa por muitos anos. E dentro dela eu guardo somente um objeto que tem muito valor! É um segredo que não conto a ninguém há muitos anos… Senhor David, o senhor não chegou a conhecer, mas eu tive um filho. – Os olhos do velho hindu se encheram de lágrimas enquanto ia falando.

-Meu filho foi o melhor pescador de pérolas de toda a costa da índia. Ele sempre sonhava em achar uma pérola incomparável, queria a melhor pérola nunca vista. Um dia, ele a encontrou…mas quando abriu a ostra ele já estava muito tempo mergulhado. E ainda que tivesse achado a pérola perfeita ele, morreu poucos dias depois.

-Por todos esses anos tenho conservado esta pérola. Mas, como agora estou partindo para não mais retornar, quero dar esta pérola de presente ao senhor. Sabe senhor David, o senhor tem sido meu melhor amigo nestes anos, e quero lhe dar este presente…

Dizendo isto Rajan abriu a fechadura da caixa e dos algodões tirou uma pérola gigante e a colocou na mão do seu amigo.

Que maravilha! Era realmente perfeita. Por um momento o senhor David ficou mudo de espanto, contemplando a pérola. Depois disse:

-É a pérola mais maravilhosa que eu já vi em toda a minha vida! E quero comprá-la senhor Rajan! Quanto custa hein? Eu darei 10.000 reais por ela! MMM não! Ainda é pouco, aliás, pagarei 20.000 reais por ela. O que você me diz? Vale mais do que isso? Já sei, eu trabalharei para você pelo resto da minha vida para obter essa pérola!

Rajan não acreditava no que ouvia. Até que em fim respondeu…

- Senhor David, por favor, essa pérola não tem preço. Ninguém no mundo pode pagar o que ela vale para mim. Ela não está à venda. É um presente para o senhor!

-Não senhor Rajan…- disse o missionário – desse jeito não poso aceitar! Talvez pareça eu um pouco orgulhoso, mas eu vou trabalhar, vou me sacrificar e assim conseguirei comprar essa pérola tão valiosa.

O velho tremia de indignação!

- O senhor não está entendendo! Meu único filho deu a sua vida para pegar esta pérola do fundo do mar. O valor desta pérola é a vida e o sangue do meu filho. Não está a venda! Aceite a pérola como um presente meu… por favor…

Então o missionário falou muito emocionado.

FIGURA 4

-Rajan, meu amigo… Você não esta vendo que o Senhor quer ensinar algo para você? Deus está oferecendo a salvação da sua alma como um presente, porque custou nada menos que a vida e o sangue do seu próprio Filho, e Único Filho. A salvação é tão grande que nenhum homem na terra pode comprá-la; e ninguém é tão bom que a possa merecer. Rajan, eu aceitarei humildemente esta pedra preciosa, porque dinheiro e sacrifício nenhum pagarão pela vida do seu filho. E neste momento Deus também lhe oferece a salvação de graça. Ele oferece o perdão dos seus pecados e quer levá-lo para o céu. Você não quer aceitar também humildemente este maravilhoso presente de Deus sabendo que custou a vida do seu único Filho Jesus?

As lágrimas caíam copiosamente do rosto de Rajan.

- Agora entendo! E aceito a salvação de Jesus o Filho de Deus, eu nunca poderia pagar o preço de um amor tão grande, que é o amor de Deus por mim! Só me resta aceitá-lo!

Assim o missionário orou com o velho pescador, e naquele dia Rajan recebeu o maior presente, a inigualável pérola de Deus! Jesus o Presente de Deus aos homens!


A Pérola de Grande Valor















Nenhum comentário: