SETE NECESSIDADES BÁSICAS DA CRIANÇA
1.
AS CRIANÇAS PRECISAM DE UM
SENTIDO, DE SIGNIFICADO:
Os
seres humanos necessitam ser notados, apreciados e amados como são, caso devam
ter um sentido de significado. Não conseguiremos viver conosco mesmos se
sentirmos que não temos valor ou se gostamos de nós mesmos.
De que
forma podemos desenvolver este senso de significado?
1.
Investir no relacionamento
conjugal, demonstrando amor um pelo outro diante dos filhos.
2.
As crianças não devem ser o centro
de nossas atenções.
3.
As crianças devem ser
respeitadas em seu processo de maturação, não podem ser forçadas a alcançar
posições superiores às suas possibilidades.
Atitudes
dos pais que podem gerar complexo de inferioridade nos filhos:
ü
elogios freqüentes a um dos irmãos;
ü
ferir o auto-respeito;
ü
exposição da criança ao ridículo, sarcasmo, zombaria, desprezo.
Como construir um sentido de significado?
ü
Elogiar a criança pelos seus pequenos serviços e atitudes.
Como diz Bruno Bettelleim : “A convicção sobre o próprio valor sópode resultar
do sentimento que a pessoa tem de que seu trabalho é importante e que ela se
desempenha bem dele.”
ü
Apresentar a criança a outros pelo nome.
ü Permitir
que a criança fale por si mesma quando alguém lhe faz perguntas.
ü
Respeitar as opiniões e sentimentos da criança.
ü
Passar mais tempo com a criança, dando a devida atenção.
ü
Confiar nelas para que desenvolvam um senso de dignidade.
2. AS
CRIANÇAS PRECISAM DE SEGURANÇA
Condições
que criam insegurança:
1.
Conflitos mal-resolvidos entre os pais que não sabem lidar com as diferenças de
opinião.
2.
Mobilidade constante traz dificuldades de ajustamento aos novos locais e
pessoas.
3.
Falta de disciplina, de limites estabelecidos.
4.
Ausência dos pais em casa.
5.
Críticas freqüentes provocam sentimento de fracasso e incompetência.
6.
Pais que dão presentes e dinheiro, mas não dispõem de tempo, nem demonstram
amor pelos filhos.
7.
Insegurança e ansiedade dos pais.
Condições que criam segurança:
1.
Harmonia, lealdade e comprometimento dos pais em seu casamento.
2.
Certeza do amor dos pais que se concretiza em gestos de afeto.
3.
União na família, para o alcance de metas, gera o senso de estabilidade.
4.
Manutenção da rotina, horário habitual para as refeições e sono.
5.
Disciplina administrada de forma amorosa.
6.
Administração de toque (abraços, colo, carícias, beijos etc.)
7.
Sensação de pertencimento para sentir-se aceita, valorizada e digna de valor.
4.
AS CRIANÇAS PRECISAM DE ACEITAÇÃO
Assim
como a saúde do corpo depende da alimentação e de exercícios físicos adequados,
a saúde emocional depende da auto-estima, senso de utilidade, aceitação e
valorização.
Por
que as crianças sentem falta de aceitação?
ü
Críticas constantes que geram sentimentos de fracasso, rejeição e desajustes.
ü
Comparar a criança com outros, em nível de desempenho e competências.
ü
Querer que as crianças atendam às expectativas da juventude dos pais.
ü
Superproteger a criança faz com que se sinta incapaz de realizar tarefas.
desenvolvam.
Manter expectativas frustradas, revelando-as aos seus filhos.
O que
dá lugar ao sentimento de aceitação?
ü
A criança deve ser tratada e apreciada como única, ter certeza de que é amada
do jeito que é.
ü
Auxiliar a criança a descobrir o prazer de realizar algumas atividades.
ü
Permitir que a criança descubra que é amada, desejada e apreciada.
ü
Aceitar as amizades do filho.
ü
Manter a sinceridade e não ter receio de revelar suas fraquezas.
ü
Ouvir os filhos com o coração.
ü
Valorizar o filho, tratando-o como uma pessoa de valor.
ü
Contribuir
4. AS
CRIANÇAS PRECISAM AMAR E
SER AMADAS
“A
suprema felicidade da vida está na convicção de que somos amados.” (Victor
Hugo)
A forma
como estendemos amor a nossos filhos afetará profundamente a
nossa forma de nos relacionarmos com os outros. Amar e ser
amado produz a sensação de pertencimento que produz a segurança necessária para
enfrentar a vida.
Seus
filhos sabem que são amados?
ü
Aprendemos a amar, pois nascemos com capacidade para isto. Correspondemos ao
amor que nos é demonstrado.
ü
Ensinamos o nosso filho acerca do amor de Deus e da beleza do sexo quando
expressamos, diante dEle, o amor pelo cônjuge.
ü
Demonstramos o amor quando o comunicamos através de palavras e de gestos.
ü
Amamos quando revelamos o prazer que sentimos na companhia do outro.
ü
O amor é demonstrado quando demonstramos que confiamos nos nossos filhos.
ü
Ouvir os filhos é uma das melhores formas de amá-los e termos a certeza de que
seremos ouvidos no futuro.
ü
Este nobre sentimento contribui para compartilharmos experiências, as quais
promovem a união, compreensão e comunicação.
ü
Quem ama, constrói relacionamentos francos e confortáveis, atentando para a verdadeira
identidade da criança.
ü
As pessoas amadas sabem que são mais importantes que as coisas.
5.
AS CRIANÇAS PRECISAM DE ELOGIOS
Tornamos
as pessoas belas quando as louvamos e encorajamos com sinceridade. Precisamos
de calor e ternura para mudar para melhor. Os nossos problemas de identidade
são causados pelas críticas. O elogio não estraga a criança. Mas, se ela não o
receber, passará a buscá-lo de forma errônea.
ü
Deve-se elogiar o desempenho da criança e não a sua personalidade, sempre
apontando para o progresso e evolução da criança.
ü
O louvor deve ser dado pelas pessoas que ocupam uma posição privilegiada no
cotidiano da criança. Dessa forma, se promoverá a generosidade, iniciativa e
cooperação.
ü
O elogio deve ser sincero.
ü
A criança deve ser elogiada pelas ações de iniciativa própria.
ü
As atitudes dos pais são tão importantes quanto as palavras de ânimo.
6.
AS CRIANÇAS PRECISAM DE
DISCIPLINA
Disciplinar
a criança exige sabedoria, paciência e persistência. Não basta haver amor por
parte dos pais. Os sentimentos de cordialidade, afeição e amor devem ser
temperados com conhecimento, compreensão e auto-controle. Se a criança tiver
liberdade ilimitada, certamente se assustará e se tornará insegura. A
verdadeira liberdade será alcançada quando houver limites. Estes limites
devem ser bem compreendidos e colocados em prática.
“1.
Definição de disciplina. A disciplina é no geral definida como
castigo que produz obediência. Este conceito é muito
limitado. A palavra disciplina deriva de discípulo. Tanto disciplina
como discípulo têm origem no termo latino para pupilo, significando
instruir, educar e treinar. A disciplina envolve a modelagem total do caráter
da criança, encorajando o bom comportamento e corrigindo aquele que é inaceitável.
O castigo é a parte da disciplina que fornece uma restrição curta e temporária.
O
castigo do mau comportamento não produz automaticamente o bom comportamento. A
disciplina inclui também a responsabilidade dos pais em obter, encorajar,
construir o bom comportamento em substituição ao mau. A disciplina inclui tanto
o cultivo como a restrição – dois elementos necessários para a vida. Um bom
jardineiro cultiva e poda suas plantas a fim de obter bons frutos. As ervas
daninhas florescem naturalmente sem cuidado especial. Treinamento é o que
devemos fornecer a nossos filhos. Ao encarar a disciplina nesses termos mais
amplos, compreendemos que os métodos a serem aplicados podem variar muito mais
do que pensamos geralmente. A disciplina inclui tudo que um pai faz ou diz para
ajudar seu filho a aprender e desenvolver-se na direção da maturidade.
2.
Propósitos da disciplina. Os pais devem perguntar continuamente a si
mesmos:’Qual o objetivo final que desejo alcançar no treinamento de meus
filhos?’
3.
Métodos de disciplina. A reação da criança à disciplina dos pais tem muito mais
significado do que o método usado.”[1]
Os métodos de disciplina podem ser resumidos em três categorias:
a)
Regulamento – estabelecimento de regras.
b)
Imitação – o modelo da criança está nas ações dos pais, do que são, fazem e
dizem.
c)
Inspiração – resultante da felicidade e satisfação dos pais.
A
disciplina e o controle só vão funcionar quando há estrutura de
bons sentimentos, afeição e alegria.
Os
cinco princípios de disciplina do Dr. James Dobson:
1.
Desenvolver respeito pelos pais, atentando para os seus princípios religiosos.
2.
Reconhecer que a comunicação no geral melhora depois do castigo.
3.
Controle sem implicância.
4.
Não saturar o filho com excessivo materialismo.
5.
Evitar extremos no controle e no amor.
7.
AS CRIANÇAS PRECISAM DE DEUS
As
primeiras orientações bíblicas para os pais estão em Dt 6. 6-8.
- Os
pais devem ter, em primeiro lugar, comunhão com Deus: conhecer o
caminho, mostrá-lo e seguir através dele. A compreensão do amor
de Deus, misericórdia, perdão, aceitação e a verdade da Palavra de Deus
resultarão do relacionamento familiar.
- O
treinamento religioso é responsabilidade direta dos pais. A colaboração e
encorajamento dos pais são os pré-requisitos para o desenvolvimento espiritual
da criança na igreja.
Observando
o texto bíblico de Sl 78. 1-8, verificamos os três propósitos da instrução:
1.
depositar fé em Deus;
2.
lembrar-se das obras divinas, guardando os seus mandamentos;
3.
impedir o descontrole, teimosia e rebeldia.
- A
instrução deve ser constante, contínua. Até os quinze anos, a criança normal
pode fazer até 500.000 perguntas. A ausência de ensino sobre Deus pode expor a
criança a toda sorte de falsos deuses e filosofia.
- A
maior parte da orientação é comunicada através do exemplo.
Este
texto é uma síntese do livro:
DRESCHER,
John, M. Sete necessidades básicas da criança. Trad. Neyd Siqueira. 12.
ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
Colaboração
para o Portal EscolaDominical : Profa. Amélia Lemos Oliveira.
Bibliografia
John M. DRESCHER, Sete necessidades básicas da criança, p.82-3