Após centenas de debates entre a comunidade LGBT e os evangélicos sem uma solução definitiva, um grupo de ativistas decidiu publicar a primeira “Bíblia Gay”.
A homossexualidade continua a ser uma questão amplamente debatida e a Bíblia tradicionalmente é vista como um documento que condena a relação sexual de pessoas do mesmo sexo. Por isso, alguns editores anônimos afirmam que chegou a hora de reinterpretar as Escrituras para criar uma tradução favorável a gays e lésbicas.
Ela é chamada de “Bíblia Rainha James”, pois segundo o grupo responsável pela sua edição, o Rei James da Inglaterra, que autorizou a primeira tradução para o inglês mais de 400 anos atrás, seria gay.
“A Bíblia Rainha James resolve quaisquer interpretações homofóbicas da Bíblia, mesmo assim sabemos que a Bíblia ainda está cheia de contradições”, diz o website que promove a publicação. “Não há Bíblia perfeita. Esta também não é. Nós queríamos fazer um livro cheio da palavra de Deus, que ninguém poderia usar para condenar incorretamente os filhos de Deus que nasceram LGBT, e conseguimos. ”
Os editores fazem várias ponderações sobre as dificuldades de tradução de termos como “sodomita” e “abominação”. Afirmam ainda que a palavra “homossexual” não foi colocada no livro sagrado até 1946 e que esse termo não existe em nenhum verso dos manuscritos originais. Essa nova versão é supostamente “mais pura”.
Levando em conta os versículos mais citados em argumentações teológicas contra a homossexualidade e a atração pelo mesmo sexo, os editores dizem terem refeito o texto “de uma maneira que faz com que seja impossível haver interpretações homofóbicas.”
Para eles, essa Bíblia visa corrigir “algumas passagens que geram discriminação contra os membros da comunidade LGBT” e “ser uma referência para as pessoas da comunidade gay que são crentes, e agora têm uma Bíblia que se adapta à sua forma pensar e não discrimina segundo a orientação sexual”.
Os exemplares da primeira edição estão à venda no site Amazon.com e custam cerca de 70 reais. Mais informações no site queenjamesbible.com.
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"Desrespeito é não ler a Bíblia. É não crer nela. Desrespeitar a Bíblia é se dizer cristão em época de eleição e não dar exemplo após ser eleito", afirma o pastor Lucinho, que trabalha com jovens há mais de 20 anos. Segundo ele, a foto foi tirada há um ano, com várias outras em que ele simula comer a Bíblia ou usá-la como arma, para divulgação.
PossoLucinho explica que o objetivo da imagem não é atingir os religiosos, mas sim quem precisa. "Vivemos a epidemia do crack, das drogas. Cada vez mais cedo, os jovens e adolescentes de todas as classes estão tendo suas vidas perdidas. Imagino que chegar para um jovem e dizer 'Deus te ama, vá para a igreja' não adianta. Mas posso chocar o cara e dizer para ele que há algo muito melhor para colocar para dentro e encher a cabeça", diz.
Para o pastor, o objetivo está sendo cumprido, uma vez que vários jovens o procuram por curiosidade ou vontade própria e mudam de vida. "Meu desejo é que as pessoas venham conhecer a Deus com o mesmo ímpeto que o usuário vai para a cocaína, com a mesma vontade. Não imaginei que fosse ter essa repercussão, mas quando vi a proporção na internet, achei engraçado. Porque já fiz coisas muito mais radicais", diz ele. "Eu leio a Bíblia todo dia. Já passei 30 dias caminhando com a Bíblia 24 horas sem largar. Já pedi para confeccionar uma Bíblia comestível e comi as páginas durante uma pregação", conta.
Muitas pessoas compareceram no culto "Quarta Louca por Jesus", nesta quarta. Crianças e jovens comentavam sobre a polêmica da foto. O analista Estevão Abreu disse que trouxe convidados que ficaram curiosos e foram ouvir e conhecer de perto o pastor Lucinho.
A publicitária Isabela Pahins defendeu o objetivo do pastor ."Fiquei surpresa com a repercussão, não imaginava essa dimensão. Mas as pessoas são livres para achar o que quiserem. Para mim, passa a imagem de alguém louco por Cristo", disse.
O monitor Ivan Demoner também defende o pastor. "Você vê mais gente preocupada em criticar que fazer o que o Evangelho manda. São fariseus modernos", opina. "A gente conhece o pastor Lucinho, ele prega aqui há três anos, todas as semanas. Vemos a vida dele com Deus e quantas vidas que são transformadas", afirma.