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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ECUMINISMO VC É AFAVOR? POR QUE COMENTE?

FALA A VERDADE É POR ESSAS E OUTRAS QUE FALÇAS CONVERÇÃO ESTAM PIPOCANDO POR AI, SERA QUE EU SOU TÃO RADICAL ASSIM DE NÃO ACEITAR ESSE TAL DE ECOMUNISMO GOSPEL ALEM DE QUE VENDER SEU CARATER POR UM CONTRATO COM UMA EMPREZA MUNDANA SO PARA V
ENDER CD E DVD ALEM DE DESEJA A FAMA E ESQUECER A VERDADEIRA ADORAÇÃO AO SENHOR??? SEI NÃO MAIS PESSO AO SENHOR QUE ME MOSTRE AS PEDRAS EM MINHA FRENTE PARA NUNCA DROPEÇAR E NEM ESQUECER MINHA VERDADEIRA CHAMADA... E VC? TAMBEM É CONTRA COMPARTILHE AI!!!!!


Belém, uma história de amor ao Evangelho



berg vingren Belém, uma história de amor ao Evangelho
Mesmo diante das investidas do inimigo das nossas almas, durante esses 99 anos de Pentecostes, estamos caminhando a passos largos rumo ao CENTENÁRIO do aniversário da Igreja-Mãe das Assembléias de Deus no Brasil, graças a Deus, iniciando uma série que contará a história desse Ministério iniciado com a história de dois homens determinados em fazer cumprir a vontade de Deus em suas vidas.
Logo no início dessa grande obra era comum, entre outras coisas, a distribuição de folhetos contendo afirmações injuriosas, os ataques furiosos da imprensa local apoiando aqueles que não aceitavam a existência e a posição doutrinária da igreja nascente. Casas foram apedrejadas, insultos, algazarras tais que muitas vezes tornou-se necessário requerer a intervenção policial. Porém, nada, impediu os dois irmãos suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, comissionados pelo próprio Deus, de aportarem em Belém no dia 19 de novembro de 1.910, quando, por algum tempo, alojados no porão de uma Igreja Batista localizado na Rua João Balbi, 406, os dois missionários expressaram, em terras paraenses, suas primeiras manifestações de amor à obra de Deus e a determinação em obedecer ao que lhes teria sido ordenado para executarem a proclamação do plano de salvação ao povo brasileiro.
Até que, apoiados por alguns dissidentes batistas, em 13 de junho de 1.911, Daniel Berg e Gunnar Vingren, todos afastados da Igreja por suas novas convicções doutrinárias, partiram para o lançamento das bases do Movimento Pentecostal, cujas raízes se estenderiam por todo solo brasileiro. Como o movimento crescia abundantemente, os irmãos decidiram por sua organização, e, por deliberação unânime, no dia 18 de junho de 1911 foi fundada inicialmente a Missão de Fé Apostólica, mais tarde denominada Assembléia de Deus. O grupo inicial formado pelos dois missionários e mais 19 outros irmãos, não recuou diante das perseguições e dificuldades, passando a reunir na residência do casal Henrique e Celina Albuquerque, moradores da Cidade Velha, onde o poder de Deus manifestava-se de forma maravilhosa.
Rumo ao CENTENÁRIO, durante esse ano que antecede a grande festa, semanalmente, estaremos publicando a evolução dessa história de amor ao Evangelho iniciada na capital, Belém, hoje, vivenciada por dezenas de milhares de homens e mulheres espalhados por todo mundo, dispostos a glorificarem o nome daquele que reinará para todo sempre: Jesus Cristo.


Kathryn Kuhlman 1907 – 1976 - Herois da Fé


Kathryn Kuhlman Kathryn Kuhlman 1907   1976UM HOMEM, NA FILADÉLFIA, QUE HAVIA, HÁ OITO MESES, COLOCADO UM MARCA-PASSO, SENTIU UMA INTENSA DOR QUANDO KATHRYN IMPÔS SUAS MÃOS SOBRE ELE. DE VOLTA A CASA PERCEBEU QUE A CICATRIZ DA COLOCAÇÃO DO APARELHO TINHA SUMIDO. PROCUROU O MÉDICO QUE O ATENDIA E ESTE DETERMINOU QUE SE FIZESSE UMA RADIOGRAFIA E, AO VERIFICAR O RESULTADO DESTA, CONSTATOU QUE NÃO HAVIA MAIS NENHUM APARELHO, QUE O CORAÇÃO DO HOMEM FUNCIONAVA NORMALMENTE E ELE ESTAVA TOTALMENTE CURADO.



ELA ACREDITAVA EM MILAGRES PORQUE ACREDITAVA EM DEUS
Kathryn Kuhlman nasceu em uma fazenda da família, nas cercanias da cidade de Concórdia, estado do Missouri, nos Estados Unidos, aos nove de maio de 1907, filha de Emma Walkenhorst e de Joseph Kuhlman. Quando ela completou dois anos de idade, seu pai construiu uma grande casa na cidade e para lá se mudou com a família, vendendo a propriedade rural. Nesta época ela era descrita como uma menina ruiva de rosto grande e cheia de sardas… Na verdade, típica americanazinha de sua época. Mas já se destacava pela sua independência, autoconfiança e um enorme desejo de fazer as coisas à sua maneira.
Kathryn tinha quatorze anos quando viveu pela primeira vez a experiência do que se pode chamar de um novo nascimento. Ao longo de sua vida ela, por várias vezes, contou a história de como havia recebido e respondido a um chamado do Espírito Santo. Sua formação religiosa era a tradicional da época, muito mais espiritual e as igrejas às quais frequentara nunca faziam apelos para que as pessoas recebessem a salvação. A propósito desse dia muito especial, ela escreveu: eu estava sentada ao lado de minha mãe e os ponteiros do relógio indicavam que faltavam cinco minutos para o meio dia. Não me lembro o nome do pastor e nem de uma única palavra do sermão que dizia… Entretanto, alguma coisa aconteceu comigo naquele dia… E aquilo foi a coisa mais real que já me aconteceu em toda a minha vida. Eu senti que meu corpo começou a tremer de tal maneira que já não conseguia segurar o hinário e, por isso, eu o coloquei sobre o banco e chorei. Estava sentindo o peso de meus pecados e compreendi que era uma pecadora. Sentia-me como a menor e mais insignificante criatura em todo o mundo, embora fosse, apenas, uma garota de quatorze anos de idade. Saí de meu lugar e fui sentar em uma fileira de bancos à frente onde chorei muito…de repente, após o choro convulsivo, senti-me a pessoa mais feliz do mundo e que um pesado fardo deixava de pesar sobre os meus ombros. Experimentei algo que nunca mais me deixou, era uma pessoa nascida de novo e o Espírito Santo fez por mim exatamente o que Jesus disse que ele faria…
Naquele dia, ao voltar do culto, Kathryn encontrou-se com seu pai (ela era muito mais chegada ao pai que à mãe) e sorrindo lhe disse: Papai, Jesus entrou em meu coração… E o pai, sem que demonstrasse nenhuma emoção, respondeu-lhe simplesmente: Estou feliz por você. Ela resolveu frequentar, com o pai, a Igreja Batista, deixando de lado a Metodista, que era frequentada por sua mãe, embora nunca tenha tido a certeza de que o pai entendera o que tinha dito nem que tivera a experiência de um novo nascimento. Joseph Kuhlman na verdade, tinha grande aversão a pastores e nunca fizera questão de disfarçar sua antipatia. Só ia à igreja em dias de festas ou, algum tempo depois, aos cultos onde sua filha faria alguma apresentação especial. Era, apenas, um homem de negócios, não muito chegado à religião. Para Kathryn, entretanto, frequentar a igreja era tão importante quanto ir ao trabalho. Ela se movimentava com facilidade entre as várias denominações, tradicionais, pentecostais e até católica, razão pela qual seu ministério se tornou bastante ecumênico. Ela, entretanto, não se fixou em nenhuma dessas denominações e só deu créditos, em seu ministério, a Deus, nosso Pai. A ninguém mais.
Embora jovem, Kathryn aprendeu duas lições importantes: ter paciência na adversidade e não se entregar à autocomiseração. Bem mais tarde, muitas de suas mensagens foram baseadas em suas experiências pessoais de crescimento espiritual exatamente nessas áreas. Para ela, a autopiedade e o egoísmo tinham a mesma raiz. Assim, desde a adolescência, ela determinou em seu coração que nenhum desses sentimentos menores teria lugar em sua vida, independente do que lhe acontecesse. A propósito, ela escreveu: Tenha cuidado com a pessoa que não sabe dizer “eu sinto muito”, quer seja ela um membro de sua família, um colega de trabalho ou mesmo um funcionário seu. Você vai acabar percebendo que essa pessoa é muito egoísta. Essa é a razão porque você já me ouviu dizer dez mil vezes que a única pessoa que Jesus não pode ajudar, a única pessoa para quem não existe perdão de pecados é aquela que não diz: “Sinto muito pelos pecados que cometi…” Uma pessoa tão egoísta assim geralmente atrai doenças para si própria como se fosse um imã.
Ainda muito cedo em sua vida, Kathryn aprendeu queoegocentrismo, bem como todos os outros pecados a ele ligados, como a autopiedade, a auto-indulgência e, até mesmo, ter ódio de si mesmo levam a pessoa a fazer um juízo condenatório de si mesma. E isso impede a obra do Espírito Santo na vida dela. Ela sempre disse que qualquer pessoa poderia experimentar a atuação do Espírito Santo em sua vida, se essa pessoa estivesse disposta a pagar o preço. E, pagar o preço não é uma experiência única; começa com um compromisso, uma determinação de seguir a Cristo cada dia de nossa vida. Houve muitas vezes em que ela poderia ter escolhido não se submeter à disciplina do Espírito Santo. Contudo, felizmente para o corpo de Cristo dos dias de hoje, Kathryn Kuhlman fez a escolha certa e é um exemplo para todos nós.
O que será que mantém uma pessoa fiel ao seu chamado… A resposta que Kathryn dava, a essa questão, era, lealdade. Para ela a palavra lealdade tem bem pouco valor nos dias de hoje, pois ela quase não tem sido praticada. Trata-se de algo que não compreendemos. É como o amor – você só pode entender o amor quando o vê em ação. O amor é algo que você faz e o mesmo se dá em relação à lealdade. Significa fidelidade, significa sujeição, significa devoção. Em outras palavras, a verdadeira lealdade daqueles que são chamados para o ministério é expressa pela decisão deles de nunca se desviarem do chamado de Deus… Não acrescente nada a isso e nem tire nada disso – apenas obedeça. De acordo com Kathryn, quando as pessoas começam a se dedicar aos seus próprios interesses, a lealdade delas para com o Senhor volta para elas mesmas.
Ela dizia: Meu coração é firme, serei leal ao Senhor a qualquer custo, a qualquer preço. Lealdade é muito mais do que um interesse casual por alguém ou por alguma coisa. É um compromisso pessoal. Em última análise, significa dizer: aqui estou, pode contar comigo. Eu não o decepcionarei.
Esta era a resposta que ela sempre dava em relação à pergunta: o que será que mantém uma pessoa fiel a seu chamado.
Em dezembro de 1934, Kathryn viveu o primeiro e maior trauma em toda a sua vida. Seu pai sofreu um sério acidente. Ela se encontrava em Denver, no Colorado, e, mesmo em meio a uma forte nevasca pegou o carro e começou a difícil viagem até o Missouri. Dia 30 de dezembro, em meio à viagem, ela conseguiu ligar para a casa de seus pais para saber notícias e dizer que estava quase chegando. A notícia que ela recebeu, entretanto, foi a pior que poderia ter recebido. Seu amado pai tinha acabado de falecer, bem cedo, naquela manhã. Assim, com os olhos em lágrimas, ela seguiu dirigindo pelas estradas cobertas de gelo e chegou à casa. Seu pai já estava sendo velado. Ao ver o caixão, uma grande tristeza e um sentimento de ódio começou a crescer dentro dela, contra o rapaz que, sem nenhuma culpa, tinha atropelado seu pai, causando-lhe a morte. A este respeito, ela escreveu:
Eu sempre fui uma pessoa muito feliz e papai havia contribuído em muito para que eu fosse assim. Mas, agora, ele não estava mais comigo e em seu lugar ficaram estes estranhos sentimentos de medo e ódio… Sentimentos até então desconhecidos para mim. Meu pai era o pai mais perfeito que qualquer garota poderia ter. Para mim ele era alguém incapaz de errar. Ele era o meu ideal. Sentada ali, no banco de frente daquela pequena igreja Batista eu me recusava a aceitar a morte de papai. Um a um os membros da família se levantaram e se dirigiram para o local onde estava o caixão, para prestar a última homenagem. Eu fiquei sentada até que o encarregado do enterro se aproximou de mim e me disse – Você não gostaria de ver o seu pai mais uma vez antes que eu feche o caixão? De repente estava eu em pé, na frente da igreja, olhando firme para os ombros de meu pai… Meus olhos não se fixaram em seu rosto, mas em seus ombros… Aqueles ombros onde eu, muitas vezes, estivera debruçada. Inclinei-me sobre o caixão e coloquei minha mão suavemente sobre seus ombros.Tudo o que meus dedos acariciaram foram um monte de roupas… Tudo ali, dentro daquele caixão, era simplesmente descartável. Muito amado um dia, mas colocado de lado, agora, meu querido pai não estava mais ali. Aquela foi a primeira vez que o poder de Cristo ressurreto veio verdadeiramente sobre mim. De repente eu não tinha mais medo da morte e assim que o meu medo desapareceu, também o meu ódio se foi. Agora eu sabia que papai não havia morrido… Ele estava ali, vivo.
Kathryn retornou a Denver com um novo entendimento e uma nova compaixão. E, logo que ela voltou, seus amigos encontraram um prédio, reformaram e, em maio de 1935 o Tabernáculo do Reavivamento de Denver abriu suas portas, com uma enorme placa, com os dizeres: A oração muda as coisas. O auditório comportava duas mil pessoas sentadas e o nome do tabernáculo podia ser visto a enorme distância. Nos quatro anos seguintes, milhares de pessoas da região frequentaram as reuniões comandadas por Kathryn Kuhlman naquele local. Os cultos eram realizados todas as noites da semana, com exceção de segunda-feira. Aquele centro de avivamento logo se transformou em uma igreja organizada, contudo não era filiado a nenhuma denominação. Algum tempo depois começaram com escola dominical e colocaram ônibus para trazer as pessoas às reuniões. O grupo realizava, ainda, trabalhos em prisões e em casas de idosos. Pouco depois, Kathryn começou a apresentar um programa de rádio chamado “Sorria, Sempre!”
A vida de Kathryn Kuhlman passou por conhecidas turbulências. Algumas pessoas têm o hábito de destacar esses momentos difíceis que viveu, em lugar de analisar e destacar o todo de sua obra, coisa, aliás, que ainda acontece com alguma frequência. Ela se apaixonou por um homem casado, oito anos mais velho do que ela, um evangelista chamado Borroughs Waltrip. Este acabou se divorciando da esposa e a deixou, com dois filhos menores, mudando-se para a cidade de Mason City, Iowa e lá fundou a sua igreja e passou a transmitir um programa radiofônico, direto da própria igreja. Kathryn veio para a cidade para ajudá-lo a levantar fundos para o seu ministério. Ela chamava a Waltrip de Mister e não demorou para que o envolvimento romântico dos dois viesse a público. Amigos da cidade de Denver a aconselharam a não se casar com aquele homem, mas ela seguiu em frente. Em outubro de 1938 anunciou para a sua congregação em Denver que decidira unir seu ministério ao de Mister, em Mason City… E dois dias depois, ela casou-se com Waltrip em uma cerimônia considerada secreta. Kathryn acreditou na história muito bem contada por Mister, que dizia ter sido abandonado pela esposa. A maioria das pessoas, porém, tinha certeza de que o que aconteceu foi um terrível golpe do baú. Mister, falido e com muitas dívidas, amava mesmo era a extrema habilidade que tinha Kathryn de atrair pessoas,e levantar recursos financeiros.
Por causa dessa intempestiva união, a obra que Kathryn havia construído com tanto empenho durante os últimos cinco anos rapidamente se desintegrou e o rebanho se dispersou. Kathryn perdeu sua igreja, seus amigos mais chegados e o seu ministério. Até mesmo seu relacionamento com Deus foi prejudicado, pois ela colocou Mister Waltrip e seus desejos acima de sua paixão pelo Senhor. Kathryn Kuhlman, mostrou-se, na verdade, como uma mulher, um ser humano sujeito às mesmas tentações de qualquer mortal. Enfrentou olhares atravessados, preconceitos, rejeição e precisou de uma enorme fé e de uma determinação obstinada para consertar seu erro e restaurar seu ministério. As falhas que cometeu serviram para alertá-la para uma enorme revelação, que passou a ser percebida em sermões, a respeito de tentação, perdão e vitória. Isto, todavia, não se deu de um momento para outro. Afinal, foram seis anos de casamento com Mister, além de outros dois – um total de oito anos – para voltar a seu ministério em tempo integral e superar a crise interior que nela se instalara. Em uma das raras oportunidades em que falou a respeito daqueles anos, ela disse: Eu tive de fazer uma escolha; serviria ao homem que eu amava ou a Deus? Eu sabia que não poderia servir a Deus e continuar vivendo com Mister. Ninguém jamais conhecerá a dor de sentir-se morrendo como eu a conheço, pois o meu amor por ele era maior do que o meu amor pela própria vida. E, por algum tempo, creio que cheguei a amá-lo mais do que a Deus. Entretanto, finalmente, eu disse a ele que precisava deixá-lo, pois o Senhor nunca havia me liberado do meu chamado inicial. Não era só a questão de viver com ele, mas a de ter que viver com a minha consciência e o peso que o Espírito Santo colocava em mim era quase insuportável. Eu já estava cansada de ficar justificando a mim mesma.
Desde o momento em que em que Kathryn Kuhlman tomou a decisão de se separar daquele homem, deixar a triste situação para trás e retomar o seu ministério, ela não vacilou um só instante, nunca mais tornou a ver Mister e nunca mais se desviou do caminho que o Senhor havia preparado para ela. Kathryn teve a sua vida com Deus totalmente restaurada e as bênçãos de Deus voltaram à sua vida.
Em 1946 Kathryn foi convidada para ministrar uma série de reuniões no Tabernáculo do Evangelho, na cidade de Franklin, Pensilvânia. O local já era bastante conhecido e tinha capacidade para 1500 pessoas sentadas. Nas reuniões em que ela se apresentava, a presença do Espírito Santo era tão intensa que ela praticamente nem se lembrava dos últimos anos conturbados de sua vida. Naquela oportunidade, fim da segunda guerra mundial, um grande avivamento de cura divina estava no auge e curas maravilhosas aconteciam através do ministério de homens como Oral Roberts, William Branham e Jack Coe. Nessa época Kathryn orava para as pessoas receberem a salvação, mas já começava também a orar pelos enfermos e impor suas mãos para que fossem curados. Ela não se sentia muito à vontade com o termo curadores pela fé mas, mesmo assim, frequentava essas reuniões de cura na esperança de aprender mais a respeito desse fenômeno de Deus. Ela não tinha a menor idéia de que um ministério de cura iria conferir a ela fama internacional.
A partir do momento em que Kathryn viu na palavra de Deus que a cura divina estava à disposição do crente exatamente como a salvação, ela começou a entender o relacionamento do cristão com o Espírito Santo. Assim, em 1947 ela começou a ensinar sobre o Espírito de Deus. Algumas coisas que ela disse durante a primeira noite de ensino foram revelações até mesmo para ela. A segunda noite de reuniões foi uma ocasião muito significativa, quando uma pessoa ali presente deu o testemunho de que tinha sido curada em uma de suas reuniões… Uma mulher se levantou e contou que, enquanto Kathryn pregava na noite anterior, ela havia sido curada, sem que ninguém lhe impusesse as mãos e sem que Kathryn ao menos soubesse o que estava acontecendo. A mulher afirmou ter sido curada de um tumor e disse ainda que, antes de ir à reunião testemunhar, passou pelo seu médico para que ele confirmasse a sua cura. No domingo seguinte, após esse testemunho, um segundo milagre aconteceu. Um veterano da Primeira Guerra Mundial que, em virtude de um acidente industrial havia perdido a visão de um olho, atingido por um estilhaço de ferro quente e cujo segundo olho havia sido declarado legalmente cego, recuperou 85% da capacidade de visão do olho danificado e toda a visão do segundo olho.
Uma vez que curas e milagres começaram a aparecer, as multidões aumentavam no Tabernáculo, pois Deus começava a prosperar grandemente o ministério de Kathryn… Como o sucesso sempre atrai inveja, adversários se levantaram no sentido de enfraquecer a obra e o fluir do Espírito Santo no ministério dela. Um desses, M.J. Maloney, do Conselho Curador do Tabernáculo insistia que deveria receber uma porcentagem de toda a renda auferida, com o que não concordava Kathryn. O Tabernáculo foi lacrado e os amigos de Kathryn se reuniram, compraram uma velha pista de patinação e lá fundaram o Templo da Fé, com o dobro da capacidade do Tabernáculo. Grandes reuniões de cura divina continuaram sendo realizadas naquele ringue de patinação reformado e outros locais acabaram sendo inaugurados nas cidades vizinhas. Finalmente, o Espírito Santo havia encontrado um ministério que não iria tentar receber créditos nem comissão pelos Seus feitos e nem a glória pelos resultados maravilhosos de Sua operação. As curas aconteciam e se sucediam em qualquer lugar do auditório enquanto as pessoas estavam em seus assentos, olhando para o alto e focando sua atenção em Jesus.
Em 1950 um ministério mundial começou a se desenvolver, porém, alguns anos mais tarde, Kathryn, que havia se mudado para Pittsburgh onde viveu até a sua morte, afirmou que Deus não a havia chamado para construir igrejas e que seu ministério não poderia ficar confinado a algum prédio. Para ela, alguns, até, poderiam ser chamados para construir prédios, mas ela, com certeza, não era um deles. A Fundação Kathryn Kuhlman sustentava pastores nacionais em mais de vinte igrejas localizadas em campos missionários no exterior. Muitos a chamavam de pastora, por causa do amor e do respeito que tinham por ela, mas Kathryn nunca foi ordenada ao ministério e nunca se fixou em uma determinada igreja ou congregação. Ela caminhou sempre na simplicidade de ser apenas uma serva do Senhor. Um exemplo que ela buscou seguir foi o de Aimeé Semple Mc Pherson, fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular. Quando esta fundou o templo Angelus, no período de sua maior popularidade, Kathryn estava lá. Embora nunca tenha conhecido pessoalmente Aimeé, os efeitos de seu ministério marcaram Kathryn, embora houvesse diferença entre as duas. Aimeé ensinava que as pessoas deveriam buscar o batismo no Espírito Santo. Kathryn entendia que buscar esse batismo era uma prática que provocava divisão. Ela era Pentecostal, mas não fazia disso um ponto de debates.
As ondas curtas do rádio, antigamente, eram um meio potente de se comunicar com o mundo. E as mensagens de Kathryn foram ouvidas nos Estados Unidos e em muitos lugares além-mar através dessas ondas. A América mal podia esperar que seu programa começasse. Os programas não tinham tom religioso ou enfadonho. Suas palavras eram sempre de encorajamento aos ouvintes que se encontravam necessitados, doentes ou preocupados. Com frequência ela soltava uma risadinha, fazendo com que o ouvinte sentisse como se tivesse acabado de ter uma conversa pessoal com ela. No programa, se tivesse vontade de cantar, cantava; se tivesse vontade de chorar, chorava. Nunca seguia um roteiro pré-determinado. Mesmo após sua morte, seus ouvintes pediram e a Fundação Kathryn Kuhlman atendeu e seus programas gravados, por mais seis anos seguidos, foram retransmitidos por diversas emissoras de rádio. O mesmo ocorreu com seus programas de televisão que ficaram no ar oito anos após a sua morte, transmitidos semanalmente em rede nacional de televisão, nos estados Unidos.
Kathryn nunca pregava contra fumar ou beber bebidas alcoólicas. É óbvio que não defendia esses vícios, mas também se recusava a fazer distinção entre as pessoas. Além do mais, ela não gostava da maneira que alguns evangelistas ministravam sobre cura divina. Ela achava que o que faziam era errado e não suportava esse tipo de ministério. Jamais dizia que a doença era coisa do diabo e até evitava o assunto; preferia chamar a atenção do povo para o fato de que Deus era tremendo. Ela acreditava que se conseguisse voltar os olhos das pessoas em direção ao Senhor, todas as outras coisas se ajeitariam. No começo de seu ministério, Kathryn incentivava as pessoas a deixarem as suas denominações mas, com o passar do tempo ela mudou o seu modo de pensar e passou a orientar as pessoas no sentido de que retornassem às suas igrejas, para que pudessem se transformar em uma luz brilhante e uma força restauradora no meio delas. Os que a conheceram bem sempre afirmavam que a vida de Kathryn Kuhlman era de uma constante oração e busca do Senhor; diziam que, ainda que estivesse em viagem ela buscava um jeito de orar onde quer que estivesse.
É difícil, pela enorme quantidade, determinar quais os milagres realizados por Deus, através de Kathryn Kuhlman, foram mais marcantes. Para ela, os mais maravilhosos envolviam os que levavam a pessoa a experimentar um novo nascimento. Certa ocasião um garoto de cinco anos de idade, paralítico desde o nascimento, andou em direção à plataforma onde Kathryn se encontrava, sem a ajuda de ninguém. Em outra oportunidade, uma senhora, também confinada a uma cadeira de rodas havia doze anos, deixou essa cadeira e caminhou em direção à evangelista, sem ajuda e para espanto de seu marido. Um homem, na Filadélfia, que havia, há oito meses, colocado um marca-passo, sentiu uma intensa dor quando Kathryn impôs suas mãos sobre ele. De volta a casa percebeu que a cicatriz da colocação do aparelho tinha sumido. Procurou o médico que o atendia e este determinou que se fizesse uma radiografia e, ao verificar o resultado desta, constatou que não havia mais nenhum aparelho e que o coração do homem funcionava normalmente e ele estava totalmente curado. Em seus cultos era normal tumores e cânceres desaparecerem, cegos verem e surdos ouvirem, dores de cabeça, enxaquecas sumirem. É praticamente impossível enumerar os milagres que o ministério de Kathryn Kuhlman produziu através da fé e da Graça de Deus. Ela chorava de alegria quando via milhares de pessoas sendo curadas através do poder de Deus. Mas, nem todos eram curados e ela chorava, também, ao perceber que essas pessoas voltavam para casa sem a cura esperada. Ela nunca procurou explicar porque alguns eram curados e outros não. Ela cria, firmemente, que a responsabilidade era de Deus e que o papel dela era, apenas, obedecer. Mas, de qualquer forma, dizia que uma das primeiras perguntas que faria ao Pai, em sua chegada ao céu seria, por que uma são curadas e outras não?
Em agosto de 1952, Kathryn deveria pregar em uma tenda, a pedido de Rex Humbard, na cidade de Akron, Ohio. O culto começaria às onze horas da manhã mas, nas primeiras horas da madrugada, Humbard foi acordado por um policial que lhe comunicou que aproximadamente dezoito mil pessoas já se aglomeravam do lado de fora da tenda. Avisou Kathryn, que já estava acostumada ao fato de que as multidões sempre ultrapassavam a quantidade de lugares disponíveis e esta se propôs a começar o culto às oito da manhã e atender a todos os necessitados. Maude Aimeé, esposa de Rex Humbard, disse que Kathryn, sem demonstrar o menor cansaço, pregou àquelas pessoas até as duas e meia da tarde daquele domingo. Rex Humbard, mais tarde, iniciou um ministério televisivo e uma das maiores igrejas daquela época,entre 1960 e 1970. Com sua esposa, desenvolveu uma firme amizade com Kathryn Kuhlman que duraria por toda a vida.
Com todo o esforço em toda a sua ida missionária, Kathryn, um dia, recebeu um diagnóstico médico de que tinha o coração aumentado e um defeito na válvula mitral. Mesmo diante desse diagnóstico ela continuou com seu ministério, sem ao menos diminuir o ritmo, permanecendo totalmente dependente da direção que o Espírito Santo havia determinado para a sua vida.
Kathryn havia se tornado uma celebridade. Astros e estrelas de cinema vinham para suas reuniões. O próprio Papa concedeu a ela uma audiência particular no Vaticano. Seus livros eram recomendados por todos e autoridades das maiores cidades americanas ofereceram a ela as chaves de suas cidades. Ela chegou a receber uma Medalha de Honra no Vietnã, por suas contribuições aos americanos feridos naquela guerra.
O último culto de milagres realizado pelo ministério de Kathryn Kuhlman aconteceu no auditório Shrine, em Los Angeles, na Califórnia, no dia 16 de novembro de 1975. Apenas três semanas depois, Kathryn submeteu-se a uma cirurgia e chegou a ficar à beira da morte, no Centro Médico Hillcrest, na cidade de Tulsa, em Oklahoma. Ela já havia passado todo o controle de seu ministério para Tink Wilkerson, em quem confiava. Aliás, confiar foi o grande problema de Kathryn Kuhlman em toda a sua vida. As pessoas (inclusive o Mister, com o qual se casou) se aproximavam dela, ganhavam a sua confiança, mas, quase sempre, havia um interesse financeiro acobertado. Isto causou à evangelista uma enorme série de problemas e graves acusações, durante a sua vida. As pessoas que foram contrariadas em seus intentos, quer de salários mais altos, controle total das finanças a porcentagens absurdas que exigiam dela, ao serem demitidas ou afastadas, tornavam-se inimigas e faziam acusações as mais absurdas, que acabavam sempre encontrando eco aqui e ali. Afinal, quem não gostaria de fazer o seu nome em cima de uma pessoa famosa como ela? Mas, voltando à Kathryn no hospital, ela recebia regularmente a visita do casal Oral e Evelyn Roberts, uma das poucas pessoas que puderam ser recebidas por ela e que iam orar em seu favor. Em determinada ocasião, em lugar das orações dos amigos, Kathryn preferiu dizer à sua irmã que gostaria de voltar para casa. E ela, que foi a responsável por apresentar a toda uma geração o Ministério do Espírito Santo, finalmente realizou o desejo de seu coração. Na época chegou-se a comentar que o Espírito Santo, mais uma vez, desceu sobre ela, deixando o seu rosto iluminado. A enfermeira que estava em seu quarto disse ter notado que havia um brilho envolvendo a cama de Kathryn, proporcionando uma paz indescritível. E, às vinte horas e vinte minutos do dia 20 de fevereiro de 1976, aos sessenta e oito anos de idade, Kathryn partiu para estar com o Senhor.
Oral Roberts dirigiu o culto fúnebre, que foi realizado no Forest Lawn Memorial Park, em Glendale, Califórnia. O caixão de Kathryn Kuhlman foi enterrado no mesmo cemitério e distante apenas oitocentos metros de onde estava a sepultura de Aimeé Semple McPherson.
Kathryn Kuhlman foi uma jóia de raro valor. Seu ministério abriu caminho para que o Espírito Santo pudesse ser conhecido em toda a atual geração. Ela esforçou-se para nos mostrar como ter comunhão com Ele e como demonstrar a Ele todo o nosso amor. Ela teve o dom de nos mostrar o Espírito Santo como sendo nosso Amigo. E serão suas, as palavras finais deste resumo.
O mundo me chamava de tola por ter entregado minha vida completamente a Alguém a quem jamais eu vira. Entretanto, sei exatamente o que vou dizer quando estiver, finalmente, diante d`Ele. Quando eu olhar o maravilhoso rosto de Cristo, terei apenas uma coisa para lhe dizer: eu tentei. Eu dei a Ele o melhor de mim. Minha redenção terá sido completada quando eu estiver de pé, diante d`Aquele que tornou tudo isso possível.
(Com pesquisas na Internet e no livro “Os Generais de Deus”, de Roberts Liardon)


sábado, 1 de setembro de 2012

Até onde vai o perdão a líderes religiosos corruptos e que corrompem seus fiéis?


Até onde vai o perdão a líderes religiosos corruptos e que corrompem seus fiéis?



Reinhold Nielbuht, em seu livro Uma interpretação da ética cristã, fornece uma definição magistral sobre o perdão: “Amor que perdoa é uma possibilidade apenas para aqueles que sabem que não são bons, que se percebem necessitados da misericórdia divina, que vivem numa dimensão mais profunda e mais elevada do que aquela do idealismo moral; como seus semelhantes, são também convencidos do pecado por um Deus santo e sabem que as diferenças entre o bom e o mau homem são insignificantes a seus olhos”. Dá vontade de acreditar em cada uma dessas palavras. Contudo, o mais comum é desejar que certos tipos de pecadores – como pastores corruptos que violam flagrantemente seu chamado e nunca se arrependem – sejam relegados ao oitavo e nono círculo do Inferno de Dante.

Uma variada coleção de autores consagrados já escreveram sobre o assunto. Caso de Desmond Tutu, em Nenhum futuro sem perdão; de Dietrich Bonhoeffer, em Ética; ou L.Gregory Jones, em Encarnando o perdão. Todos eles oferecem uma ajuda honesta àqueles que possuem um coração com tendência a não perdoar, sobretudo, traições espirituais. Esses escritores lidam com o chamado para o perdão em face do mal real. Eles entendem que psicologia pop e teologia barata não dão conta disso. Mas as sociedades assassinas debaixo das quais a maioria deles sofreu – como a Alemanha nazista que levou Bonhoeffer à morte ou África do Sul racista que oprimiu Tutu – encontram seu correspondente cristão em igrejas que, por exemplo, permitem ou ignoram o abuso sexual de crianças e punem aqueles que chamam os abusadores à responsabilidade.

Certamente, não sou a única pessoa a ter uma longa história relacionada ao desvio de conduta por parte do clero. Talvez, eu traga a distinção de ter caminhado com um sobrevivente de abuso sexual e com a sua família na busca por justiça numa famosa megaigreja onde os mesmos foram vilipendiados pelos líderes por causa da sua decisão de processá-los – e por ter enfrentado um tratamento semelhante ao denunciar um suspeito de pedofilia naquela congregação. Dois anos depois de meu marido ter renunciado à posição pastoral nessa igreja, devido à corrupção sistêmica, nosso primeiro filho cometeu suicídio. Eu responsabilizo certos líderes da igreja por uma multiplicidade de pecados, começando com propaganda enganosa e terminando por levar muitos pequeninos – inclusive o meu – a tropeçar.

Não dá para acreditar que a diferença entre os pecados dos que consideramos “homem bons” e “homens maus” são insignificantes aos olhos de Deus. É só ler a parábola do filho pródigo para perceber que o Senhor sabe, sim, a diferença. Quando o obediente irmão mais velho questiona seu pai sobre o porquê de ele nunca haver matado “nem mesmo um cabrito” (Lucas 15.29) em sua honra, ouve como explicação que aquele seu irmão mais novo estava morto, mas havia revivido; estava perdido, mas fora achado. Essa é uma demarcação significante – a que descreve não apenas o amor do pai, mas também o arrependimento do pecador.

Em Mateus 18:1-10, Jesus ensina uma lição familiar que contrasta ambição desenfreada com fé imaculada. E inclui uma lista de consequências terríveis para aqueles que prejudicam o imaculado. “Quem recebe uma destas crianças em meu nome está me recebendo”, ele diz. “Mas, se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar”. Ao mesmo tempo, o Mestre enfatiza a possibilidade do perdão: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: 'Arrependo-me'; perdoa-lhe.” A isso, os discípulos de Jesus compreensivelmente retrucaram: “Aumenta a nossa fé”. Então, o Senhor promete que, se eles tivessem uma fé tão pequena como a minúscula semente de mostarda, ela seria mais do que suficiente.

Absorver a injúria

Aqui reside o problema: arrependimento é tão difícil de ser medido quanto encontrado – e, na sua ausência, nós temos muito pouca capacidade para perdoar. Contudo, tenho visto líderes sendo repreendidos não apenas uma vez, mas muito mais que setenta vezes sete, e nenhum deles arrependeu-se abertamente ou foi reconciliado com as comunidades destruídas pelas suas ações. A jovem mulher que mencionei queria duas coisas: mudança numa igreja que teimosamente resistia a isso e um pedido de desculpas pela punição que ela e a sua família receberam nos anos que se seguiram ao seu abuso. Pois não teve nem uma coisa, nem outra. Ao invés disso, advogados negociaram o preço para uma desculpa e ela simplesmente recebeu uma quantia em dinheiro em troca do seu silêncio.

Como, então, podemos perdoar os líderes cristãos que nos traíram, na ausência de confissão e de visível arrependimento? Em sua obra Livre da carga – Dando e perdoando numa cultura desprovida de graça, Miroslav Volf, teólogo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, diz: “Condenação não é o coração do perdão. É a pressuposição indispensável dele”. Ora, perdão que não leva a sério a ofensa contra a parte injuriada é fraudulento e barato. Perdão autêntico, escreve Volf – com a legitimidade de proceder de uma família que sofreu sob o regime comunista e ter visto seu irmão morrer num acidente que poderia ter sido evitado –, “corta o laço de equivalência entre a ofensa e o modo pelo qual tratamos o ofensor. Eu não exijo que aquele que tirou o meu olho também perca o seu e que aquele que matou meu filho por negligência também seja morto. Na verdade, eu não exijo que ele perca nada. Eu renuncio a toda retribuição. Ao perdoar, absorvo a injúria – da mesma forma que devo absorver, digamos, o impacto financeiro de uma má transação comercial.”

Na visão de Volf, disciplina é consistente com perdão. Então, criminosos devem ir para a cadeia e clérigos que violam o ensino da Igreja (ou a própria lei) devem ser destituídos de suas funções. Nossas leis proíbem, com razão, o assassinato, mas não a raiva – embora Jesus tenha dito que ambos tenham a sua fonte no coração humano. “Perdão”, escreve Volf, “nos põe no limite entre inimizade e amizade, entre exclusão e acolhimento. Ele derruba a parede de hostilidade que as más ações erigem; porém, não nos leva ao território da amizade.” “Frequentemente”, ele continua, “isso é o máximo que podemos reunir de forças para fazer, bem como é tudo que os nossos ofensores nos permitirão realizar”. Ele conclui que, no entanto, o perdão, na sua melhor manifestação, espera mais que isso.

Depois que eu e meu marido deixamos a grande igreja que nos abateu, tornamo-nos membros de uma comunidade Anglicana que estava sendo processada pela Diocese Episcopal de Los Angeles devido a uma disputa por propriedades. Seis meses depois, o reitor que havia conduzido nossa congregação para fora da Igreja Episcopal foi forçado a resignar sob a alegação de conduta inapropriada para com outro membro de sua equipe. Pois tal religioso mudou-se para outro estado e rapidamente assumiu o ministério junto a uma igreja-irmã. Ou seja, o reformador recusou-se a ser reformado. Enquanto isso, o sacerdote assistente, que havia escrito sua tese de mestrado sobre restauração de clérigos caídos, administrou a crise com considerável cuidado. Não havia dúvida de que o reitor se retiraria, ou que aquele atingido pelos seus avanços indesejados seria protegido. Reuniões públicas foram realizadas, onde os congregados puderam expressar sentimentos de traição e fazer perguntas. Foi-nos apresentado um diagrama de possíveis desfechos e fomos desafiados a não nos permitirmos sermos prejudicados pela falha do sacerdote.

Como essa nova comunidade de fé conduziu a crise com integridade, percebi minha restauração espiritual concernente às questões trazidas da igreja anterior. Meu marido e eu fomos então chamados para escrever uma carta aos nossos bispos descrevendo o nosso testemunho acerca das consequências de se ter um clero com má conduta que não é cobrado habitualmente. Líderes da igreja – que já têm pago um alto preço por seguirem suas consciências – ouviram-nos e nos deram apoio. Não somente isso: todo domingo, nós confessamos nossos pecados corporativamente e pedimos ao Senhor que nos perdoe, assim como perdoamos aqueles que nos ofenderam.

Por dois anos, muitas das minhas orações de confissão estavam relacionadas às ações que tomei em relação à igreja anterior. Não importa quão justa seja uma causa: quando alguém escolhe agir contra amigos e líderes espirituais – mesmo em comunidades onde o mandamento de Jesus sobre o perdão é usado para manipular e onde acusações de estarmos sendo vingativos são lançadas na direção de quem confronta aquele que fez o errado –, essa pessoa luta com a culpa. No entanto, semana após semana, eu tinha ali a certeza de que, através do corpo e do sangue de Cristo, todos nós fomos perdoados.

“Resistir à graça”

No período em que esteve envolvido na conspiração para assassinar Adolf Hitler Bonhoeffer escreveu: “Se é uma ação responsável; se é uma ação que diz respeito somente e inteiramente a outro homem; se isso vem de um amor altruísta pela pessoa real que é o seu irmão, então, precisamente por causa disso, não se pode querer evitar a comunhão da culpa humana.” A isso, ele acrescenta que “diante de outro homem, o homem de livre responsabilidade é justificado pela necessidade; diante de si mesmo, ele é absolvido pela sua consciência; mas, diante de Deus, espera somente por misericórdia”. A justiça das ações de Bonhoeffer ainda é debatida por teólogos e por descendentes de vítimas do Holocausto perpetrado pelo nazismo.

Assim são as ações de sobreviventes de abusos sexuais que processam suas igrejas por negligência. Em minha mente, não há dúvida acerca da justiça das duas causas em face do silêncio cúmplice do povo de Deus. No entanto, eu não posso falar sério em desejar o inferno para os líderes espirituais corruptos enquanto procuro me apegar à fé na misericórdia de Deus por meu filho e por mim mesma. O suicida lança sobre os que ficaram no seu rastro questões sem resposta e uma nuvem de culpa por pecados reais e imaginados. Assim, foi fechada em minha mente a distância entre mim e todos os clérigos que eu poderia tão facilmente condenar. Assim, cedo terreno em minha resistência à graça barata porque o meu coração não perdoador está quebrado e porque o pecador com o qual estou mais preocupada é o meu filho.

Quem sou eu para dizer que não vou perdoar, quando sei que somente Deus poderia condenar ou absolver ações humanas? Certamente, nenhum de nós é melhor do que os apóstolos que certamente entenderam o desafio que estava posto diante deles. E, como eles, diante de uma realidade espiritual inexorável, resta-nos suplicar: “Senhor, aumenta-nos a fé”.

Felizmente, há homens e mulheres que são capacitados para guiar discípulos empedernidos como cada um de nós. Em seu magnificente Encarnando o perdão, Gregory Jones, ex-reitor da Escola Duke de Divindade, oferece uma definição de perdão que é adequada para um mundo cheio de ambiguidades:

“Perdão não é tanto uma palavra dita, uma ação feita ou um sentimento. Ele é um modo encarnado de vida numa sempre profunda amizade com o Deus triúno e com os outros. Dessa forma, a responsabilidade de um cristão por perdoar não deve ser simplesmente, ou mesmo primeiramente, focada na absolvição da culpa; ao invés disso, deve estar focada na reconciliação do que foi partido, na restauração da comunhão – com Deus, um com o outro e com toda a Criação. De fato, por causa da onipresença do pecado e do mal, o perdão cristão deve ser, ao mesmo tempo, uma questão de compromisso com um estilo de vida; uma vida cruciforme de santidade, na qual nós procuramos ‘desaprender’ o pecado e aprender os caminhos de Deus, bem como os meios de buscar reconciliação em meio aos pecados particulares, instâncias específicas de quebrantamento.”

Cada um de nós vive em meio a pecados particulares e instâncias específicas de quebrantamento. E cada um de nós deve escolher como irá responder. Viver uma vida de santidade e aprender os caminhos de Deus algumas vezes vai significar deixar de lado nossa necessidade por justiça e, ao invés disso, acolher um mundo que geme em antecipação pelo dia quando ele, e nós, seremos redimidos. Isso significa aceitar com humildade que somente Deus é bom.


Fonte: Christine A. Scheller é escritora e editora-colaboradora da revista Christianity Today - Tradução: Daniel Jr - http://www.cristianismohoje.com.br/materia.php?k=709

A Bíblia na recuperação de dependentes químicos


A Bíblia na recuperação de dependentes químicos


Cada vez mais, a leitura e o estudo do Livro Sagrado têm sido reconhecidos como práticas eficazes no tratamento do dependente químico. A Palavra de Deus, cada vez mais, têm sido utilizada e reconhecida como ferramenta fundamental no tratamento da dependência. “A grande preocupação daqueles que atendem a dependentes químicos é devolver a essas pessoas a autoestima, semeando a esperança da recuperação. No dia a dia das comunidades terapêuticas, a mensagem bíblica tem se mostrado uma importante aliada nesta tarefa tão desafiadora”, destaca o secretário de Comunicação e Ação Social da SBB, Erní Seibert, observando que a fé sadia, associada à boa aplicação dos princípios bíblicos, promove a recuperação do indivíduo.

Quem faz eco a essa afirmação é Everton Jesus Facundo (foto de abertura), que aplicou em sua vida essa teoria de forma bem-sucedida. “A recuperação e libertação do vício só vêm através da Palavra de Deus”, sentencia. A os 20 anos, o jovem recebeu apoio e orientação da Associação Grupo de Apoio a Dependentes de Drogas e Familiares (Agadef), que utiliza a Bíblia Sagrada na recuperação de dependentes químicos. No caso de Facundo, além de terapêutica, a leitura e estudo bíblicos fizeram desabrochar um potencial que antes estava represado: o da pregação. “Agora, auxilio nos cultos e louvores e sou muito feliz”, testemunha.

Ele não é o único a experimentar os resultados positivos dessa prática. “Ganhei a Bíblia na rua, há seis anos, quando estava bêbado”, recorda Edmilson dos Santos. “Ao ler a mensagem de D eus me fortaleci para nunca mais beber. Hoje, aos 39 anos, Santos é conhecido como Pastor Edy e é coordenador do projeto Restituição, em Barueri (SP), que atende a 15 pessoas. “Atualmente uso a Bíblia como instrumento fundamental na recuperação de muita gente”, ressalta.

Experiência semelhante teve José Carlos da Silva. Ex-usuário de drogas, há cinco anos dirige a comunidade terapêutica Missão Jesus e Luz, de Ubatuba (SP). “Para se libertar do vício é preciso lutar muito. Por meio da Palavra, o dependente se inclui novamente na sociedade. Eu não tinha mais jeito, mas como para Deus nada é impossível, hoje sou um homem livre”, comemora agradecido.

De família de classe média alta, André Luís Forster Geromel relata sua experiência com a força de quem quer que ela sirva de exemplo àqueles que acham não ter mais saída. “A vida me deu todas as oportunidades. Mas mesmo assim entrei no mundo das drogas. Tentei de tudo para sair dessa. Eu estava na sarjeta, quando, em 2004, um pastor me ofereceu ajuda e encaminhamento ao centro terapêutico”, relembra. Durante o ano e meio que passou na comunidade, a Bíblia Sagrada foi sua fiel companheira. “Todo o vazio que sentia foi preenchido”, garante ele que, aos 48 anos, está trabalhando para resgatar os laços com seus familiares.

É alimentada por essa esperança que Márcia de Cássia Baptista vem conseguindo enfrentar seu dia a dia. Mãe de um jovem de 26 anos, viciado em crack, ela frequenta o grupo de apoio da Igreja do Evangelho Quadrangular, na capital paulista. “A doença do meu filho me deixou codependente. Tem hora que só Deus para ajudar. Se não fossem os aconselhamentos espirituais eu já teria enlouquecido”, revela. Seu filho, que já foi internado em clínicas, frequenta por vezes o grupo e vem demonstrando evolução na libertação do vício. “Quando ele fica agitado, para confortá-lo, a gente ora e lê a Bíblia juntos”, ensina.

E ela está certa. De acordo com o secretário de Comunicação e Ação Social da SBB, Erní Seibert o uso adequado da Bíblia na recuperação se dá por sua leitura regular, de preferência com alguém ou em grupo. “Um ajuda o outro”, recomenda Seibert que é doutor em Ciências da Religião e trabalhou por muitos anos na área de aconselhamento.

Princípios cristãos

Seibert pondera que a fé na recuperação faz parte da essência do cristianismo. “Todas as pessoas têm dificuldades, todas merecem uma oportunidade e podem ser recuperadas”, esclarece. No entanto, ele alerta para a necessidade de se fazer um uso saudável e apropriado do texto bíblico. “Não se pode usá-lo de forma autoritária, apenas como lei. O texto bíblico é orientador, disciplinador e repleto de valores que promovem a liberdade espiritual do indivíduo”, enumera.

Compartilhando do mesmo pensamento, Marcelo Dias, coordenador terapêutico do Centro de Recuperação Leão de Judá, em Palmeiras das Missões (RS), revela que para muitos especialistas o vício é uma doença degenerativa, crônica e incurável: “Quando Jesus veio ao mundo e ministrou diversos milagres, mostrou que a vida é curável por inteiro. Eu mesmo sou um recuperado que, agora, multiplica os valores bíblicos”.

“A Bíblia é o nosso principal instrumento. É dela que vêm as palavras de cura e libertação nas quais cremos”, diz Clodoaldo Rocha, coordenador do Aconselhamento em Dependência Química da Igreja do Evangelho Quadrangular, na cidade de São Paulo.

Localizada em Ananindeua (PA), a comunidade terapêutica Sítio Boa Morada tem um índice de recuperação de 90%. Com 10 anos de atuação, a entidade atende a 20 dependentes, que participam de três sessões diárias de leitura bíblica. “A Bíblia transforma as pessoas. Sem ela, não há recuperação”, avalia Sinval Barroso Negreiros, coordenador da instituição.

Também adepta do uso da Bíblia como ferramenta primordial na recuperação, Maria Lúcia Souza Pinto, diretora do Centro de Recuperação Salomão, em Brasília (DF) e ex-dependente química, ressalta que a experiência com a Bíblia é maravilhosa e fortalece o trabalho espiritual. “Todos aqui leem a Palavra de Deus e a colocam em prática”, conta.

Estatísticas crescentes

De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em 25 de agosto de 2009, o Brasil apresentou, em 2006, aumento no consumo de cocaína e maconha. Mas essa não é uma prerrogativa brasileira. N o mundo, de acordo com o mesmo relatório, há cerca de 200 milhões de usuários de drogas ilícitas, dos quais mais da metade consomem uma vez por mês e 25 milhões são dependentes químicos.

Atenta a essa questão, a SBB mantém o projeto Despertar, integrante do programa Ação Social pela Paz. Seu objetivo é contribuir para a recuperação do dependente químico e prevenir o uso de drogas. O projeto é desenvolvido em parceria com organizações especializadas no tratamento terapêutico desse público. Em conjunto com essas organizações, a SBB criou a COMTER (Comunidades Terapêuticas em Rede), a fim de estimular a troca de experiência e utilização da Bíblia Sagrada no processo de recuperação.

Em 2008, por meio do projeto, a SBB atendeu a 45 comunidades terapêuticas com material bíblico. A principal ferramenta oferecida pela organização é a Bíblia de Estudo Despertar. Apenas no ano de 2008, mais de seis mil exemplares da publicação foram doados a instituições que atuam nessa área.

Além da distribuição de literatura bíblica adequada a esse público, o projeto caracteriza-se pela promoção de eventos que colocam em discussão o tema e buscam encontrar saídas para minimizar o problema no País. Entre eles, destaca-se o Seminário de Dependência Química. Sua segunda edição foi realizada em 25 de junho, no Museu da Bíblia, em Barueri (SP), por ocasião do Dia Mundial de Combate às Drogas. Sob o tema “A Fé: um ato de coragem na recuperação”, reuniu mais de 400 pessoas e colocou o foco em uma velha conhecida de todos que trabalham nessa área: a questão da prevenção.

Um dos palestrantes convidados, Luiz Carlos Magno acredita que a questão da droga deve ser vista de forma multifatorial. “Deve-se levar em conta o ambiente do usuário e a dinâmica social em que ele vive”, ressaltou Magno, que é professor de Medicina Legal. Ex-delegado do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), Magno fala com a propriedade de quem tem conhecimento acumulado por quase 20 anos à frente da instituição. “Hoje a visão policial é bastante coerente com a escola de atendimento. Ou seja, vemos o dependente como um paciente, alguém que precisa de ajuda”, disse. Para ele, é muito importante desenvolver um forte trabalho no âmbito da prevenção. “A família e a escola também devem atuar de forma preventiva”, disse o professor, ressaltando que é a partir dos 12 anos de idade que, em geral, o jovem faz sua primeira incursão no mundo das drogas.

Partidário da mesma opinião o deputado estadual Waldir Agnello acredita que além de combater o uso de drogas, é preciso tratar o dependente. “O combate às drogas está diretamente ligado a políticas públicas em todas as esferas de governo”, recomendou o político que também é membro da Diretoria da SBB.

“O seminário promovido pela SBB foi muito importante, pois reuniu pessoas com o mesmo propósito: usar a Bíblia em benefício da recuperação e também para estreitar laços e promover a troca de experiências entre as comunidades terapêuticas”, observou o Pastor Rui Nevel do Nascimento, diretor da organização Desafio Jovem Sopro Divino, de Americana (SP). “Não vemos outra saída que não seja pelas mãos de Deus. Muitos dos que se recuperam aqui se tornam pastores”, observou Nascimento revelando que ele mesmo é um exemplo desse trabalho.

Fonte: Revista A Bíblia no Brasil - Número 225 - Outubro a Dezembro de 2009 - Ano 61 - Sociedade Bíblica do Brasil.

Etica Cristã

 Etica Cristã

Matéria extraída de uma ou mais obras literárias.Publicado em :Terça, 07/08/2007

Tomando Decisões 
Todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões. Fazemos escolhas, optamos, resolvemos e determinamos aquilo que tem a ver com nossa vida individual; a vida da empresa, da igreja, a vida da nossa família... Enfim, a vida de nossos semelhantes. 

Ninguém faz isso no vácuo. Antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções ou pré-convicções. Hoje, sabe-se que nem mesmo na área das chamadas “ciências exatas” é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados pelo que somos, cremos, desejamos, objetivamos e vivemos. 

As decisões que tomamos são invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nosso próprio mundo individual e social. Ao elegermos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores do que acreditamos ser certo ou errado. É isso que chamamos de ética. 

A nossa palavra "ética" vem do grego eqikh, que significa um hábito, costume ou rito. Com o tempo, passou a designar qualquer conjunto de princípios ideais da conduta humana, as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros de uma sociedade.

Ética é o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. 


Alternativas Éticas 


Cada um de nós tem uma ética. Cada um de nós, por mais influenciado que seja pelo relativismo e pelo pluralismo de nossos dias, tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciando decisivamente nossas opções.

Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental. As principais são: humanística, natural e religiosa. 


Éticas Humanísticas 


As chamadas éticas humanísticas são aquelas que tomam o ser humano como a medida de todas as coisas, seguindo o conhecido axioma do antigo pensador sofista Protágoras (485-410 AC). Ou seja, são aquelas éticas que favorecem escolhas e decisões voltadas para o homem como seu valor maior. 


Hedonismo 


Uma forma de ética humanística é o hedonismo. Esse sistema ensina que o certo é aquilo que é agradável. A palavra "hedonismo" vem do grego |hdonh, "prazer". Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de Epicuro e de seus discípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos porque amanhã morreremos". O epicurismo era um sistema de ética que ensinava, em linhas gerais, que para ter uma vida cheia de sentido e significado, cada indivíduo deveria buscar acima de tudo aquilo que lhe desse prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicais chegavam a ponto de dizer que era inútil tentar adivinhar o que dá prazer ao próximo. 

Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como obstáculos ao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender o suicídio, visto que a morte natural era dolorosa. 

Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente a sua doutrina central permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. A ética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e faz escolhas tendo como princípio controlador buscar aquilo que lhe dará maior prazer e felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são formas atuais de hedonismo. 

Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e da felicidade individuais, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois coloca tais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana. 


Utilitarismo 

Outro exemplo de ética humanística é o utilitarismo, sistema ético que tem como valor máximo o que considera o bem maior para o maior número de pessoas. Em outras palavras, "o certo é o que for útil". As decisões são julgadas, não em termos das motivações ou princípios morais envolvidos, mas dos resultados que produzem. Se uma escolha produz felicidade para as pessoas, então é correta. Os principais proponentes da ética utilitarista foram os filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill. 

A ética utilitarista pode parecer estar alinhada com o ensino cristão de buscarmos o bem das pessoas. Ela chega até a ensinar que cada indivíduo deve sacrificar seu prazer pelo da coletividade (ao contrário do hedonismo). Entretanto, é perigosamente relativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os nazistas dizimaram milhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles, já era popular o adágio "o fim justifica os meios". O perigo do utilitarismo é que ele transforma a ética simplesmente num pragmatismo frio e impessoal: decisões certas são aquelas que produzem soluções, resultados e números. 

Pessoas influenciadas pelo utilitarismo escolherão soluções simplesmente porque elas funcionam, sem indagar se são corretas ou não. Utilitaristas enfatizam o método em detrimento do conteúdo. Eles querem saber “como” e não “por quê?”.

Talvez um bom exemplo moderno seja o escândalo sexual Clinton/Lewinski. Numa sociedade bastante marcada pelo utilitarismo, como é a americana, é compreensível que as pessoas se dividam quanto a um impeachment do presidente Clinton, visto que sua administração tem produzido excelentes resultados financeiros para o país. 


Existencialismo 


Ainda podemos mencionar o existencialismo, como exemplo de ética humanística. Defendido em diferentes formas por pensadores como Kierkegaard, Jaspers, Heiddeger, Sartre e Simone de Beauvoir, o existencialismo é basicamente pessimista. Existencialistas são céticos quanto a um futuro róseo ou bom para a humanidade; são também relativistas, acreditando que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Para eles, o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte. 

Sartre, um dos mais famosos existencialistas, disse: "O mundo é absurdo e ridículo. Tentamos nos autenticar por um ato da vontade em qualquer direção". Pessoas influenciadas pelo existencialismo tentarão viver a vida com toda intensidade, e tomarão decisões que levem a esse desiderato. Aldous Huxley, por exemplo, defendeu o uso de drogas, já que as mesmas produziam experiências acima da percepção normal. Da mesma forma, pode-se defender o homossexualismo e o adultério. 

O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna. Sua influencia percebe-se em todo lugar. A sociedade atual tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual. Por exemplo, um homem que não é feliz em seu casamento e tem um romance com outra mulher com quem se sente bem, geralmente recebe a compreensão e a tolerância da sociedade. 


Ética Naturalística 

Esse nome é geralmente dado ao sistema ético que toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e a desaparecer à medida que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto, é certo e bom; e tudo o que dificultar é errado e mau. 

Por incrível que possa parecer, essa ética teve defensores como Trasímaco (sofista, contemporâneo de Sócrates), Maquiavel, e o Marquês de Sade. Modernamente, Nietzsche e alguns deterministas biológicos, como Herbert Spencer e Julian Huxley. 

A ética naturalística tem alguns pressupostos acerca do homem e da natureza baseados na teoria da evolução: (1) a natureza e o homem são produtos da evolução; (2) a seleção natural é boa e certa. Nietzsche considerava como virtudes reais a severidade, o egoísmo e a agressividade; vícios seriam o amor, a humildade e a piedade. 


Pode-se perceber a influência da ética naturalística claramente na sociedade moderna. A tendência de legitimar a eliminação dos menos aptos se observa nas tentativas de legalizar o aborto e a eutanásia em quaisquer circunstâncias. Os nazistas eliminaram doentes mentais e esterilizaram os "inaptos" biologicamente. Sade defendia a exploração dos mais fracos (mulheres, em especial). Nazistas defenderam o conceito da raça branca germânica como uma raça dominadora, justificando assim a eliminação dos judeus e de outros grupos. Ainda hoje encontramos pichações feitas por neo-nazistas nos muros de São Paulo contra negros, nordestinos e pobres. Conscientemente ou não, pessoas assim seguem a ética naturalística da sobrevivência dos mais aptos e da destruição dos mais fracos. 

Os cristãos entendem que uma ética baseada na natureza jamais poderá ser legítima, visto que a natureza e o homem se encontram hoje radicalmente desvirtuados como resultado do afastamento da humanidade do seu Criador. A natureza como a temos hoje se afasta do estado original em que foi criada. Não pode servir como um sistema de valores para a conduta dos homens.


Éticas Religiosas 

São aqueles sistemas de valores que procuram na divindade (Deus ou deuses) o motivo maior de suas ações e decisões. Nesses sistemas existe uma relação inseparável entre ética e religião. O juiz maior das questões éticas é o que a divindade diz sobre o assunto. Evidentemente, o conceito de Deus que cada um desse sistema mantém, acabará por influenciar decisivamente o código ético e o comportamento a ser seguido. 


Éticas Religiosas Não Cristãs 


No mundo grego antigo os deuses foram concebidos (especialmente nas obras de Homero) como similares aos homens, com paixões e desejos bem humanos e sem muitos padrões morais (muito embora essa concepção tenha recebido muitas críticas de filósofos importantes da época). Além de dominarem forças da natureza, o que tornava os deuses distintos dos homens é que esses últimos eram mortais. Não é de admirar que a religião grega clássica não impunha demandas e restrições ao comportamento de seus adeptos, a não ser por grupos ascéticos que seguiam severas dietas religiosas buscando a purificação. 

O conceito hindú de não matar as vacas vem de uma crença do período védico que associa as mesmas a algumas divindades do hinduísmo, especialmente Krishna. O culto a esse deus tem elementos pastoris e rurais. 

O que pensamos acerca de Deus irá certamente influenciar nosso sistema interno de valores bem como o processo decisório que enfrentamos todos os dias. Isso vale também para ateus e agnósticos. O seu sistema de valores já parte do pressuposto de que Deus não existe. E esse pressuposto inevitavelmente irá influenciar suas decisões e seu sistema de valores. 

É muito comum na sociedade moderna o conceito de que Deus (ou deuses?) seja uma espécie de divindade benevolente que contempla com paciência e tolerância os afazeres humanos sem muita interferência, a não ser para ajudar os necessitados, especialmente seus protegidos e devotos. Essa concepção de Deus não exige mais do que simplesmente um vago código de ética, geralmente baseado no que cada um acha que é certo ou errado diante desse Deus. 


A Ética Cristã 


Á ética cristã é o sistema de valores morais associado ao Cristianismo histórico e que retira dele a sustentação teológica e filosófica de seus preceitos. 

Como as demais éticas já mencionadas acima, a ética cristã opera a partir de diversos pressupostos e conceitos que acredita estão revelados nas Escrituras Sagradas pelo único Deus verdadeiro. São estes: 

1. A existência de um único Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra. A ética cristã parte do conceito de que o Deus que se revela nas Escrituras Sagradas é o único Deus verdadeiro e que, sendo o criador do mundo e da humanidade, deve ser reconhecido e crido como tal e a sua vontade respeitada e obedecida. 

2. A humanidade está num estado decaído, diferente daquele em que foi criada. A ética cristã leva em conta, na sistematização e sintetização dos deveres morais e práticos das pessoas, que as mesmas são incapazes por si próprias de reconhecer a vontade de Deus e muito menos de obedecê-la. Isso se deve ao fato de que a humanidade vive hoje em estado de afastamento de Deus, provocado inicialmente pela desobediência do primeiro casal. A ética cristã não tem ilusões utópicas acerca da "bondade inerente" de cada pessoa ou da intuição moral positiva de cada uma para decidir por si própria o que é certo e o que é errado. Cegada pelo pecado, a humanidade caminha sem rumo moral, cada um fazendo o que bem parece aos seus olhos. As normas propostas pela ética cristã pressupõem a regeneração espiritual do homem e a assistência do Espírito Santo, para que o mesmo venha a conduzir-se eticamente diante do Criador. 

3. O homem não é moralmente neutro, mas inclinado a tomar decisões contrárias a Deus, ao próximo. Esse pressuposto é uma implicação inevitável do anterior. As pessoas, no estado natural em que se encontram (em contraste ao estado de regeneração) são movidas intuitivamente, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo, seguindo muito naturalmente (e inconscientemente) sistemas de valores descritos acima como humanísticos ou naturalísticos. Por si sós, as pessoas são incapazes de seguir até mesmo os padrões que escolhem para si, violando diariamente os próprios princípios de conduta que consideram corretos. 

4. Deus revelou-se à humanidade. Essa pressuposição é fundamental para a ética cristã, pois é dessa revelação que ela tira seus conceitos acerca do mundo, da humanidade e especialmente do que é certo e do que é errado. A ética cristã reconhece que Deus se revela como Criador através da sua imagem em nós. Cada pessoa traz, como criatura de Deus, resquícios dessa imagem, agora deformada pelo egoísmo e desejos de autonomia e independência de Deus. A consciência das pessoas, embora freqüentemente ignorada e suprimida, reflete por vezes lampejos dos valores divinos. Deus também se revela através das coisas criadas. O mundo que nos cerca é um testemunho vivo da divindade, poder e sabedoria de Deus, muito mais do que o resultado de milhões de anos de evolução cega. Entretanto é através de sua revelação especial nas Escrituras que Deus nos faz saber acerca de si próprio, de nós mesmos (pois é nosso Criador), do mundo que nos cerca, dos seus planos a nosso respeito e da maneira como deveríamos nos portar no mundo que criou. 

Assim, muito embora a ética cristã se utilize do bom senso comum às pessoas, depende primariamente das Escrituras na elaboração dos padrões morais e espirituais que devem reger nossa conduta neste mundo. Ela considera que a Bíblia traz todo o conhecimento de que precisamos para servir a Deus de forma agradável e para vivermos alegres e satisfeitos no mundo presente. Mesmo não sendo uma revelação exaustiva de Deus e do reino celestial, a Escritura, entretanto, é suficiente naquilo que nos informa a esse respeito. Evidentemente não encontraremos nas Escrituras indicações diretas sobre problemas tipicamente modernos como a eutanásia, a AIDS, clonagem de seres humanos ou questões relacionadas com a bioética. Entretanto, ali encontraremos os princípios teóricos que regem diferentes áreas da vida humana. É na interação com esses princípios e com os problemas de cada geração, que a ética cristã atualiza-se e contextualiza-se, sem jamais abandonar os valores permanentes e transcendentes revelados nas Escrituras. 

É precisamente por basear-se na revelação que o Criador nos deu que a ética cristã estende-se a todas as dimensões da realidade. Ela pronuncia-se sobre questões individuais, religiosas, sociais, políticas, ecológicas e econômicas. Desde que Deus exerce sua autoridade sobre todas as dimensões da existência humana, suas demandas nos alcançam onde nos acharmos – inclusive e principalmente no ambiente de trabalho, onde exercemos o mandato divino de explorarmos o mundo criado e ganharmos o nosso pão. 

É nas Escrituras Sagradas, portanto, que encontramos o padrão moral revelado por Deus. Os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte proferido por Jesus são os exemplos mais conhecidos. Entretanto, mais do que simplesmente um livro de regras morais, as Escrituras são para os cristãos a revelação do que Deus fez para que o homem pudesse vir a conhecê-lo, amá-lo e alegremente obedecê-lo. A mensagem das Escrituras é fundamentalmente de reconciliação com Deus mediante Jesus Cristo. A ética cristã fundamenta-se na obra realizada de Cristo e é uma expressão de gratidão, muito mais do que um esforço para merecer as benesses divinas. 

A ética cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais total e unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais os homens poderão chegar a Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que são à vontade de Deus para todos os homens, de todas as culturas e em todas as épocas.

Por: Rev. Augustus Nicodemus Lopes

É correto orar por animais?


É correto orar por animais?



Na Bíblia encontramos os mais diversos tipos de orações, não só quanto a forma, mas também quanto ao conteúdo. A própria coletânea dos salmos é um exemplo disso!

O centro de nossas orações de pedidos deve ser as necessidades humanas e as que dizem respeito à realização do reino de Deus em nossa vida. (Mt 6.33: Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas).

Agora vejamos que relação têm os animais com o homem:

“(Dou) a todos, os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo que se arrasta sobre a terra e em que haja sopro de vida... (ao domínio humano)” (Gn 1, 30).

O homem é chamado a usar com prudência tudo que Deus lhe deu, inclusive os animais, tendo consciência de que tudo foi feito em função do próprio homem. Nesse sentido orar pelos animais tem fundamento quando se faz relação com os homens. Depois precisamos saber o que pedir a Deus em relação aos animais. Seria inútil pedirmos, por exemplo, que Deus os leve para o céu, uma vez que os animais não possuem alma como nós seres humanos.

Podemos orar pelos animais, porém nunca atribuindo a eles necessidades exclusivamente humanas, tais como salvação, resistência à tentação, etc. Ademais Paulo muito bem diz: “Em todas as circunstâncias dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.” (1Ts 5.18).


Fumar maconha na adolescência reduz capacidade intelectual


Fumar maconha na adolescência reduz capacidade intelectual


Início precoce e uso contínuo da droga gerou declínio médio de 8 pontos nos testes de quociente de inteligência (QI) entre os 13 e os 38 anos.

Adolescentes que se viciam em maconha antes de chegarem aos 18 anos podem estar provocando lesões permanentes em inteligência, memória e atenção, segundo os resultados de um grande estudo publicado nesta segunda-feira.

Pesquisadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos descobriram que o uso persistente e dependente da maconha antes dos 18 anos de idade pode ter um efeito neurotóxico, mas que o uso frequente de maconha depois dos 18 anos parece ser menos prejudicial ao cérebro.

Uma professora de psicologia e neurociência no Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, Terrie Moffitt, disse que o alcance e a duração do estudo, que envolveu mais de 1.000 pessoas acompanhadas por mais de 40 anos, davam peso adicional aos resultados.
"É um estudo tão especial que estou bem confiante de que a maconha é segura para quem tem mais de 18 anos, mas um risco para quem tem menos", ela disse.

Antes dos 18 anos o cérebro ainda está sendo organizado e remodelado para se tornar mais eficiente, e pode ser mais vulnerável a danos das drogas, acrescentou.

Moffitt trabalhou com Madeleine Meier, uma pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Duke nos Estados Unidos, analisando dados de 1.037 neozelandeses que participaram do estudo. Cerca de 96% dos participantes originais continuaram no estudo de 1972 até hoje, ela explicou.

Aos 38 anos, os participantes foram submetidos a uma bateria de testes psicológicos para avaliar sua memória, velocidade de processamento, racionalização e processamento visual. Os que usaram maconha de forma persistente quando adolescentes tiraram notas significantemente piores na maior parte dos testes.

Amigos e parentes regularmente entrevistados como parte do estudo tinham mais propensão a relatar que os fortes usuários de maconha tinham problemas de memória e de atenção, como perda de foco e o esquecimento de tarefas.

Os pesquisadores também descobriram que pessoas que começaram a usar maconha na adolescência e continuaram durante anos mostravam um declínio médio de 8 pontos nos testes de quociente de inteligência (QI) entre os 13 e os 38 anos.

"As pessoas submetidas ao estudo que não usaram maconha até serem adultas e terem o cérebro totalmente formado não mostraram declínios mentais similares", disse Moffitt.

Ela disse que o declínio do QI não podia ser explicado pelo uso de álcool ou de outras drogas ou por ter menos educação, e Meier disse que a variável chave era a idade que as pessoas começaram a usar maconha.

Meier afirmou que a mensagem do estudo era clara: "a maconha não é inofensiva, principalmente para os adolescentes".

* Por Kate Kelland

Fonte: Jornal Gazeta do Povo. 28/08/2012.